Primeiro

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Era escuro, muito escuro, no entanto, o que iluminava o caminho escondido por entre as rochas era a luz que emanava dos hieróglifos talhados em ouro puro...diferente...aquilo era muito diferente dos que ela estava acostumada a ver.

Hope se vê em frente à uma abertura entre duas rochas, inclinadas uma sobre a outra, escuras e sem vida, era como se ela estivesse caminhando para a morte...seus passos vacilam.

A ruiva escuta o som de pássaros no céu, era um bom sinal, sim, era um bom sinal, ela tinha que fazer aquilo, tinha que se aventurar e descobrir o que havia escondido naquele lugar.

Potter passa por entre as rochas, adentrando um lugar onde a faz ficar boquiabertas com o que vira...tudo era preto, no entanto, o que fazia aquele lugar brilhar, era os escritos em ouro...todos os hieróglifos em ouro.

Hope se aproxima das paredes ásperas, as tocando contornando os escritos com o seu dedo indicador.

- Uma tumba? Hm...de um faraó - Hope lia o que ela conseguia daquele hieróglifo arcaico e de difícil compreensão - algo esquecido pelo tempo...céus, por Merlin, isso é quase impossível - a ruiva sussurra nervosa não captando o que todos os hieróglifos queriam dizer, ela sentia que estava perdendo muita coisa...coisas importantes - ah...abra este quarto, quarto? - ela se perguntava ao se aproximar mais do escrito para tentar entender se era aquilo mesmo.

Infelizmente, ela não tivera tempo o suficiente para reler o que quer que fossem aqueles símbolos, pois a parede rochosa, com um estrondo padece ao chão.

Hope se assusta, o que ela havia feito? Nervosa, ela logo foi surpreendida por uma fumaça negra que avançou com força sobre o seu rosto, a fazendo cair no chão enquanto ela saia por entre as aberturas daquele lugar estranho.

- Hope, o que você está fazendo com a sua vida? - a ruiva choramingava ao pegar sua varinha em suas mãos, preparada para o que estivesse por trás daquele corredor escuro e empoeirado - lumos - Hope agora via exatamente as paredes com marcas fortes e escuras, como se fosse mal feito ou realizado com pressa...aquilo era muito estranho, ela nunca viu algo assim.

A ruiva andou em alerta para dentro daquele lugar escondido, Hope quase infartara quando deu de cara com uma aranha que desceu rente ao seu rosto, passando por baixo da mesma quando enfim recuperou seus movimentos e andou mais rápido para perto da próxima abertura.

Era ainda mais escuro, Hope constata ao chamuscar uma das tochas que havia por perto, onde de forma automática, se acendem as outras vinte que cercavam aquele local...havia ali um buraco, um imenso buraco que provavelmente era onde uma tumba estava...estranho, ainda mais estranho.

Tumbas não ficavam abaixo da terra, nunca daquela forma, ela mal conseguia ver o fim do buraco...perigo, aquele lugar emanava perigo.

Andando para longe daquela cratera, Hope passa a observar o ambiente em sua volta, hieróglifo arcaico, ainda pior, cenas terríveis em sua maneira...quem era o dono daquela tumba? Quais foram os seus atos para merecer tal fim tão cruel?

Ela passa a se concentrar nas escrituras, ela queria saber, saber o que era que estava guardado naquela tumba escondida e esquecida.

- Um faraó...não consigo compreender o seu nome - ela repetia para si mesma - um homem de temperamento forte, decisões cruéis e relacionamento intenso com... a Arte das Trevas e...o profano...por Merlin, ele é como a personificação do errado - Hope comentava ao se abaixar para tentar ler melhor as escrituras - sua mãe fora morta ao após o parto de seu filho...sua mãe...Myntres II...eu nunca ouvi falar sobre Myntres...ora, claro que não Hope...ele foi colocado alí para ser esquecido, assim como todos da sua linhagem, obrigatoriamente são apagados da história - Hope contestava consigo mesma - seu pai...o faraó...Thonfrés...foi executado pelo próprio único filho...e o seu governo - se levantou para ler o que havia na outra parede - foi marcado por fortes laços políticos, sangue derramado, feitiços das trevas, profanações, guerras e crueldades com suas candidatas ao casório...hm...ele nunca se casou e não teve herdeiros...ele despedaçou a sua alma...e...tinha a benção de Seth - ela estava tão atenta ao que lia que nem sequer visualiza o que estava acontecendo em um objeto ao longe do recinto - foi mumificado vivo aos seus trinta e nove anos de idade pelo povo inimigo que eram...ah isso dói tanto a cabeça - ela reclama ao massagear sua têmpora.

Se afastando das paredes, Hope observa uma certa luz esverdeada emanando de dentro de um cristal lapidado...aquilo era estranho...cristais eram possíveis naquela época? Ela não sabia responder, mas, a chamava, a chamava como uma canção noturna em que alguém cantava.

- Quando o nono ciclo sanguinário lunar se completar sua alma ressuscitará e nela...o seu...os seus atos se repetirá, para que assim, seu reinado se perpetuará - Hope enfim estanca em seu lugar...ela havia compreendido...despedaçar a alma...ela só havia conhecido uma pessoa que havia despedaçado sua alma - não...não é possível - Hope se afastava de perto do cristal...medo, ela sentia o medo a consumir.

Aquele homem, aquele faraó era o ancestral dele...não, céus, que horror.

O cristal explode, um colar flutuava, com sua pedra de esmeralda explodindo em sua cor contra os olhos de Hope.

- Oh não, não, não - o colar se aproximava dela.

- Aceite, este é o seu destino, pequena rainha - uma voz melodiosa e feminina soava em seus ouvidos e Hope não teve outra escolha, o colar se prendeu ao seu pescoço e assim...Hope apagou completamente.

A Alma do Faraó - Tom RiddleWhere stories live. Discover now