Terceiro

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Céus, onde estou?

Hope se questionava sem entender ao abrir seus olhos e se ver em um imenso lago, seu corpo estava submerso no imenso lago.

Nadando com uma rapidez absurda, Hope agora caminhava para fora do lago, vendo que na verdade se tratava de um rio, um enorme rio.

Onde ela estava? Observando o lugar ao seu redor, Hope torce brevemente seus cabelos para que a água acumulada em seus fios escorressem e não pesassem mais em seu corpo pequeno que pouco aguentava.

A ruiva focaliza seu olhar, um palácio, sim, aquilo era com toda certeza um palácio egípcio, com toda aquela estrutura aberta e estátuas gigantes, ela nunca havia visto algo como aquele castelo.

Ela coloca sua cabeça para pensar, ela estava em uma caverna? Sim, uma espécie de câmara escondida, e agora ela estava...estava em algum cenário muito estranho do Egito Antigo, era lindo, não era deserto, não, era algo lindo e verde, tudo muito verde e flores lindas.

Estava de noite, a lua cheia daquele dia estava brilhando fortemente sobre si e ela via tudo com clareza.

Hope tinha que pensar, pensar com calma, tinha que saber onde estava...mesmo que já fizesse uma ideia absurda de onde estava...talvez, talvez aquilo em que pensava fosse real de alguma forma.

No entanto, a ruiva não teve muito tempo para pensar com afinco, o palácio estava pegando fogo, muitas chamas, gritos eram escutados de dentro do lugar, Hope não sabia o que fazer...onde estava sua varinha? Ela apalpa sua roupa e nada, ela nada poderia fazer.

Observando o palácio em chamas, ela viu pessoas saindo calmamente dele, uma a frente deles, caminhando para longe dela? Ela não soube distinguir pois a Lua não a possibilitou ver como se estivesse ocultando aquela silhueta.

Hope sabia que não poderia ficar naquele local, não, ela tinha que sair e ir em busca de respostas e uma fuga também, sim, ela pontuava em sua mente o que ela deveria fazer para não pirar por completo.

Quando Hope se moveu para longe do Rio...Rio, oh céus, não, aquele era o Rio em que ela estava pensando? Sim...como podia o seu nível estar tão alto? Só esteve assim na época de...oh não não, não.

Um barulho ecoa de um graveto ao ser pisado, atraindo a atenção da ruiva, uma figura estava em sua frente, era agora em que ela morria? Ela se perguntava enquanto seu coração batia como um louco em seu peito.

Ele se aproximava, era alto, tão alto e forte, ela deduzia enquanto as nuvens se dissipavam da frente da Lua...um homem.

Um estupidamente belo homem, por Merlin, como podia um homem ser tão belo? Olhos vermelhos...sim, ele tinha os olhos vermelhos e ela não estava louca com aquilo.

Ombros largos, braços fortes, cabelos longos e lisos, joias...tantas joias, roupas de tecidos finos e de cores verde e azul com detalhes em dourado, caminhando em sua direção em passos fortes que a faziam querer se abaixar para não sofrer de sua impotência amedrontadora.

Hope estanca e quando pensa em voltar para o Rio pensando que talvez pudesse voltar de onde veio, as mãos do homem a seguram com força.

A ruiva tomba sua cabeça para o encarar, os olhos dele a queimavam como nunca, diziam que os homens egípcios eram feios...como podiam mentir tão miserávelmente, o homem alí em sua frente era o homem mais...perfeito em que já viu.

Ramsés a analisava enquanto a segurava, tão pequena...não era nada egípcia, não, mulheres egípcias eram altas, a pequenez era vista como infertilidade, mas, aquela mulher parecia ser como uma junção das coisas mais profanas em que ele já viu.

Pequena, cabelos de fogo...um claro sinal de maldição...seria ela a sua maior maldição? Cabelos de fogo eram o sinal do profano e do errado...pessoas com cabelos profanos eram embalsamadas vivas...olhos verdes tão claros que pareciam brilhar em um quase azul. A pele clara como se pertencesse a um lugar onde o sol não batia em sua pele...sinal de bruxaria maligna...apenas as piores bruxas evitavam a luz do sol.

O que aquela pequena combinação tortuosamente bela queria com ele? Não, ela era sua, seus olhos o disseram que aquela feiticeira em forma de rosa era sua.

- Tu és minha, feiticeira - o homem dita em uma ordem, sua voz grossa ecoa por todo o corpo de Hope, a eletrizando por inteiro, o que? O que era essa sensação em seu estômago? - minha rosa do deserto, servirá vinho para mim em todas as minhas noites - o homem afirma quando em um único movimento ele a pega em seus braços, a tirando do chão e a levando para onde quer que fosse.

- Não, não sei servir vinho, senhor - Hope tenta desesperadamente se afastar dos braços do homem que a levava para uma espécie de carruagem antiga.

- Não será um problema, minha rosa, as suas servas irão ensiná-la, você agora será minha eternamente - o homem se senta com a mulher em seu colo, Hope respirava com força, sem entender como...como ela havia viajado no tempo daquela forma...como se era possível? - Nos leve para Mênfis - Mênfis? O faraó nunca frequentava Mênfis, era em Mênfis que ficava o palácio das concubinas...onde as mulheres do faraó deveriam habitar.

Hope estava em constante estado de alerta até que a primeira hora passasse e ela padece para o seu sono e sua exaustão.

O faraó se permite contemplar a mulher de cabelos ondulados e pele clara...ela era o seu presente de Seth e de Néftis, a sua esposa divina.

Se levantando de sua carruagem, o faraó gloriosamente caminhava com o corpo miúdo e leve da mulher em seus braços, seus escravos e servos observavam a entrada do tirano faraó Ramsés com sua corte em suas costas.

Ele estava no Palácio de Néftis, pela primeira vez em suas duas décadas de vida, ele pisava no palácio das concubinas.

A Alma do Faraó - Tom RiddleWhere stories live. Discover now