Quadragésimo Quarto

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Olá olá, cobrinhas •

• Boa leitura •

- Hope - o homem a chama, ela estende seu pequeno dedo indicador em direção à ele, ela tinha que se recuperar, não poderia sucumbir em público, tinha que manter a calma, ela tinha que tentar manter a calma.

- Pronto - ela sorri em meio as suas lágrimas, aceitando o lenço que ele a estendia, tentando muito...ela bebe um pouco de sua água para se acalmar - p-podemos seguir, sim? - ela força seu cérebro à trabalhar, ela tinha o resto de sua vida para chorar.

- Certo, muitas pessoas se emocionam - Inep afirma tentando a confortar, não, não se emocionavam tanto quanto ela, ninguém sentiria como ela sentia - como eu dizia, o palácio levou esse nome mediante a lenda da rainha ruiva, A Rainha Vermelha, esse palácio foi reconstruído para ela e...eu vou deixar o resto da história para os Templos do Eterno Amor, você deseja conhecer algum cômodo do palácio? - o homem a questiona rapidamente.

- Eu...já volto - a mulher se afasta caminhando em uma direção da qual ela já conhecia até de olhos fechados, ela adentrou sorrateiramente, respirou fundo quando o encontrou, do mesmo jeito, do jeitinho em que ela se recordava de cada noite, dos carinhos que trocaram naquela cama, mesmo não sendo a mesma era exatamente igual...tudo igual, ela o amou e fora amada naquele cômodo, Hope revivia as cenas como se estivesse lá novamente, seus bebês brincando, os quatro dormindo juntos...ardia em seu ser, ela inclinou sua cabeça em busca de salvação, ela era uma pecadora e viveria eternamente com a mancha de seu pecado sobre si.

Hope seguira pelo jipe que tocava uma música qualquer enquanto ela encarava o nada, sua mente vazia nada a dizia, ela não viu quando parara em frente à três enormes construções históricas, Inep a chamara e assim seus olhos contemplam as construções.

Os Templos do Eterno Amor, eram tão grandes e reluzentes, estavam intactos, principalmente no maior, onde uma gigantesca fila se formava em frente do mesmo, o que havia alí? Ela indagava ao adentrar no menor deles.

- Esse é o primeiro dos templos, fora construído para a adoração do casal celeste Néftis e Seth, as imagens mostram a trajetória do faraó com os dois deuses o abençoando, pode ver que aqui está incompleto - ele mostra as paredes onde já não se tinha mais escritos - simboliza a ruptura do homem com o seu casal divino, significa que ele renunciou seu reinado - as mãos de Nefertite contornavam os hieróglifos.

- Ramsés, renunciou ao trono? - Nefertite indaga ao analisar o homem, ele amava o Egito, era apaixonado, ele não faria isso...ah Ramsés, o quanto eu o amaldiçoei?

- Sim, um ano antes de partir, ele passou seu reinado para a filha única de seu vizir, a preferida, ela fora a única da qual o faraó permitiu que seu nome começasse com a letra maldita, Nefertari era o seu nome - a ruiva sorri emocionada, Yunet...você é uma boba, eu a amo tanto, como minha irmã - ela fora a primeira faraó concedida, seu nome se sobrepõe até mesmo ao de Cleópatra, Nefertari assumiu anos depois ao reinado, ela era bebê quando recebeu a coroa e seu pai, o antigo vizir quem assumiu até seu atingimento da maior idade, casando-se com Ramsés II, o filho de um casal nobre - eles saiam do templo, mas, Nefertite viu a imensa imagem da Deusa da qual ela conhecia bem...por que? Ela indagava ao olhar para Néftis, silenciosamente perguntava o por quê - esse é o tempo de Ramsés, onde ele passou grande parte do seu tempo, diziam que ele era filho de Seth - o homem a mostrava o templo de ouro, Hope tocava tudo o que conseguia, seu amor, havia passado por lá, tocado o que ela havia tocado.

Nefertite observava tudo, suas narinas doeram quando captaram o cheiro dele, ela sentia apenas o cheiro dele, uma direção, ela se separa de Inep sem sequer lhe dizer algo, ela se vai para a direção da onde o perfume dele vinha, uma sala fechada, interditada, ela a abriu sem se importar.

A Alma do Faraó - Tom RiddleWhere stories live. Discover now