Sexto

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- Senhorita, aqui está o vinho sagrado - um sacerdote a oferece uma jarra banhada inteiramente a ouro, junto à um cálice alto e decorado lindamente por escritos.

Hope agradece caminhando lentamente em direção aos aposentos reais, ela não deveria estar alí, ela havia lido que apenas a esposa poderia entrar com não tão livre arbítrio nos aposentos do faraó, as concubinas só poderiam entrar quando fossem chamadas e antes tinham que ser purificadas para adentrar no solo sagrado do faraó....normalmente era o faraó quem visitava os seus aposentos.

Mas, o que então ela estava fazendo em frente as portas imensas de ouro, era o único lugar do palácio em que possuía portas sem ser a do salão principal, com hieróglifos profundos que indicavam quem habitava o cômodo.

Antes mesmo que ela batesse a porta, elas se abrem para a pequena ruiva, quem em passadas rápidas adentra os cômodos escondidos do faraó, sempre fora sua curiosidade saber como eles viviam, e ela agora via tudo, mesmo que sua cabeça sequer se movesse, era lindo, belíssimo, todo o luxo envolvido, as frutas postas, os papiros enrolados próximos à uma mesa de madeira, mas, o que era ainda mais belo, era a vista, a janela era inteiramente aberta e a visão noturna da cidade de Mênfis era surreal.

O faraó estava sentado junto à janela naquele momento, e ele estava usando apenas o seu shendyt, seus cabelos estavam úmidos como quem havia acabado de tomar um banho, olhando fielmente para a vista em que tinha.

A ruiva deixa a jarra em cima da mesa central, enchendo apenas o cálice, caminhando lentamente até o faraó, ela o reverência como sabia que deveria ser, oferecendo o cálice com as mãos.

O homem lança seu olhar para ela, sério como sempre parecia estar, ele pega gentilmente o cálice em suas mãos e quando Hope pensara que estava pronta para se afastar, ele a pega em seus braços, a sentando em seu colo, suas mãos grandes e fortes, oh céus, ela sentia a pressão em sua pele, estava muito calor e ele estava muito quente, Hope sentia que iria derreter.

A Potter nem sequer respirava, ela se limitava a piscar seus olhos aturdida, a mão dele leva o cálice aos seus lábios, pela proximidade em que se encontravam ela escuta ele engolindo o líquido, a mão do homem se abaixa novamente, se aproximando do rosto da pequena ruiva.

- Abra os lábios, feiticeira - o comando em sua voz se torna inevitável, Hope sem muito entender, faz o que ele a pede, abrindo sutilmente sua boca, quando um líquido se faz presente sobre a mesma, seu corpo salta de cima do homem, o que ele estava fazendo? Havia ficado maluco? Sua mente se questionava quando sentiu o gosto do vinho em seus lábios, adentrando o seu paladar e aguçando seus sentidos.

- Você...não pode fazer isso, isso é um crime fatal - a ruiva diz ao se voltar para ver o rosto do homem, e não havia nada, nenhum sentimento de nada, Hope estava em apuros, se alguém descobrisse, ela seria empalada e ela sabia muito bem o que era aquilo.

- Venha, minha rosa - Ramsés a chama dando sua mão para que ela a segurasse, ele tivera noção de algo, sua rosa conhecia muito bem as leis dos egípcios, ela era da onde? Onde vivia sua rosa? Qual era o seu nome? Quem eram os seus pais? Ela tinha irmãos? Ramsés estava curioso perante sua feiticeira.

Hope aceita sua mão, depositando seus dedos sobre a palma dele, o homem a puxa gentilmente para si, alocando seu rosto na curvatura do pescoço da ruiva, inspirando do aroma floral em que a ruiva possuía, era tão pequena e bela.

- Minha rosa - Ramsés sussurra inebriado contra a orelha de Hope, a ruiva suspira com a forma como aquele timbre rouco e forte soou em seu corpo, era alucinante, eles pareciam estar em uma dança silenciosa entre dois corpos, Hope descansava suas costas sobre o peito largo do faraó, e Ramsés tinhas seus braços e mãos repousadas no corpo dela - beba o vinho, não recuse meus presentes - sua voz sussurrante sempre surgia com ordens claras e intrínsecas.

Abrindo lentamente seus lábios, o líquido é derramado em sua boca, era revigorante, como se uma onda de magia estivesse eletrocutando cada mínima célula.

O vinho do cálice se esgota e quando Hope menos espera, o homem a aperta a aconchegando em seu corpo, levantando seu rosto, ela encarava os olhos vermelhos, uau, ela sentia...sentia algo tão forte dentro de si, como se ele fosse o homem em que havia esperado por muito tempo...ela estava suando e sua intimidade estava pulsando, pulsando tanto que ela instintivamente fechou suas pernas para conter o calor contido.

Seus olhos não desviavam do olhar de águia que a cercava, ela morde sutilmente seu lábio inferior, estava louca, Ramsés passeia seu dedo polegar sobre o lábio mordiscado, seus olhos se revezavam entre os lábios e as íris esverdeadas da ruiva.

- Qual é o seu nome, Rosa do Deserto, Deusa da Profanação, Rainha de Mênfis e Esposa do Faraó de todo o Egito? - o homem indaga quando seus lábios sondavam os delicados em uma quase forma de coração dela, rossando-os com delicadeza enquanto seus dedos seguravam o queixo pequeno da sua ruiva.

Hope respirava com dificuldade, suas mãos soavam e uma delas vai de encontro a gigante mão do homem que estava descansando em sua cintura, ela estava sufocada e seu cérebro pensa...eu não posso dizer a ele o meu nome verdadeiro, ele não pode desconfiar da verdade de onde venho, ele me matará se souber que venho do futuro...me chamará de louca...eu não tenho escolha...eu sinto muito, futura esposa do próximo faraó...

- Nefertite, me chamo, Nefertite - Hope o responde em um sussurro e Ramsés aperta seus olhos, como se não acreditasse no que havia acabado de escutar.

A Alma do Faraó - Tom RiddleWhere stories live. Discover now