A Alma do Faraó - Tom Riddle

Quinto

- Está no caminho correto, filho, Néftis foi feita para ti, seus herdeiros virão daquele ventre, serão fortes como uma rocha, impenetrável - a voz do Deus sondava os ouvidos atentos do faraó aos pés de sua imagem.

- Sim, a rosa do deserto é a minha Deusa, pai, sei que foi uma forma de teste perante minhas escolhas, sei que poderia ter desviado minha atenção de sua presença - o faraó Ramsés confirmava em palavras sussurradas ao vento - mas, não me importo com sua aparência física sendo algo ilegal perante minha nação, eu sou o faraó e ela me capturou apenas com sua silhueta, não irei deixá-la ir da minha vida - ele encerra quando a voz de sua rosa soa fora de seu templo em honra ao seu Deus Seth.

A mulher fica atrás das costas do faraó, ele tinha algo nele que a chamava para si, como um magnetismo para que ela descobrisse o oculto em que ele mantinha para si, Hope não sabia como agir, principalmente pelo fato de que nunca se sentiu assim com ninguém, ela não era acostumada com aquela ânsia por saber o que iria vir a acontecer assim que ele se virasse para ela...ele iria se voltar para ela? Ela se questionava internamente enquanto analisava cada detalhe do lugar.

Escondido por cortinas, aparentemente, poucos cômodos possuíam paredes, logo era esse o motivo do palácio ser tão grande e espaçoso de um cômodo para o outro.

E por fim, aquela imagem, quem ele era mesmo? Ela observava a imagem com certa relutância de sua mente em tentar se recordar.

- Venha - a voz do homem a indica sua direção sem mover um músculo para contempla-la, Hope caminha com lentidão para perto do misterioso homem...ele poderia ser qualquer coisa, um vizir na maior das hipóteses, certo?

Parando nas costas do homem, Hope se mantém sob seus pés, não querendo o interromper em sua prece, ela sabia que os egípcios antigos eram muito religiosos e espirituais, cada faraó tinha seu governo apoiado em um dos Deuses, Cleópatra se apoiou em Hathor.

- Diga-me rosa do deserto - o homem se levanta, aproximando em passos sorrateiros para perto do corpo menor da ruiva, estava esplêndida, bela como nada nunca visto pelo faraó - se lhe fosse concedida a oportunidade, qual Deusa apoiaria o seu reinado? - seus olhos vermelhos a questionavam como um gatinho faminto que rodeava a sua comida, pronto para provar.

Hope pisca seus olhos, pensando por um momento, ela já tinha uma resposta, ela não escolheria as opções óbvias, não, elas nunca a atraíram como essa Deusa em questão...ela não se importava se ele a consideraria uma tonta, era essa sua resposta.

- Néftis, pois independente das ações do seu marido sendo algo obscuro e cruel, ela se manteve em seus princípios e ainda assim o amando, sua sabedoria está acima da beleza, da glória e do poder, porque tudo isso é conquistado por aquele em que sabe fazer suas escolhas de forma sábia - a ruiva o responde com seus olhos atentos nas expressões faciais do homem, ele se aproxima do rosto dela...a resposta, por todo o ouro de Mênfis, a resposta dela era alucinante demais para a sua mente diabólica.

- Sabe a quem pertence essa imagem, minha rosa? - o homem a mostra com um aceno a imagem da qual ele estava ajoelhado aos pés a poucos momentos.

- Hm...eu poderia deduzir, no entanto, não acredito que minha tentativa seja acertiva - Hope dizia nervosa quando o dedo dele enrolou uma mecha de seu cabelo, a levando para perto de suas narinas.

- Essa imagem pertence ao Deus ao qual o meu reinado está firmado e abençoado perante as leis celestiais - ele sussurra baixo ainda com as mechas ruivas em seu dedo - O Deus das Sombras - ele se aproxima do ouvido da pequena ruiva - o Deus do Caos, consegue deduzir agora, minha dama? - ele indaga se afastando do corpo dela e vendo que o incenso já havia sido consumado.

O Deus do Caos? Oh não, não era possível, Hope treme da cabeça aos pés, ele estava falando sobre Seth e naquele momento, ela só sabia de uma pessoa em que recebeu a benção de Seth...Ele, aquele faraó sem nome.

Não, não podia ser...caso contrário, aquele homem era o ancestral dele...e não, aquilo mexia com a sua mente, revirava tudo.

- Eu...- Hope não sabe ao certo o que dizer, ela havia alegado com veemência de que escolheria a Deusa conjugue do seu, sua mente estava uma bagunça alucinante.

- O que? Não consegue ver, não é? - o homem indaga ao segurar o queixo dela com dois de seus dedos, Hope desviava seu olhar dos enfurecidos do homem - não, olhe para mim - ele a segura em seus braços com uma força surreal, a puxando de encontro ao seu corpo, tão quente e grande, oh ela morreria inebriada em meio ao cheiro alucinante do homem - mantenha seus olhos em mim, rosa do deserto, minha rosa deve olhar unicamente para mim, caso contrário, arrancarei os olhos daqueles em que os seus repousem - ele complementa com sua boca sondando o rosto de Hope, pobre Hope, se encontrava perdida, perdida nos modos bárbaros do homem em que sequer se sabia o seu nome.

- Você, não tem controle sobre as minhas ações, sou livre para realizar o que eu desejo - A ruiva afirma quando a palma da mão dele deslizou pelas suas costas, esquentando todo o seu corpo, o acordando de um sono profundo em que nem mesmo ela sabia que se encontrava.

Sua mão desce até sua bunda, deslizando sua palma pelo tecido fino da seda das roupas de Hope, anéis em seus dedos e o toque decidido em ser uma simples carícia, naquele momento, ela se desmontou, suspirando, a ruiva levou seus olhos aos dele, o que ele queria? Sua atração física pelo corpo dele era tão intensa que ela nem sequer precisou de uma conversa eloquente para sentir aquilo, ele sendo um dissimulado já a levava a mais forte penumbra, a enchendo de vontades de se ajoelhar e o deixar fazer o que quisesse com seu corpo...então era essa a sensação da atração? Se sentir afundando com apenas um olhar.

- Aprenda algo, minha senhora - o homem sussurra quando a sua mão se alojou sobre o glúteo avantajado da ruiva, tão deliciosa - em tudo o que olhar, tudo o que tocar, tudo o que sentir...me pertence, tudo o que está em minhas terras, me pertence e você - suas mãos apertam sua bunda com uma força acalentadora - você me pertence, você pertence ao Egito, minha rosa, eu sou o faraó, tudo, tudo está sob o meu comando, e você, é inteiramente minha, se conforme com isso, eu não irei abrir mão de você...nunca - ele a solta, caminhando para longe do templo quando empurrou as cortinas pesadas.