Trigésimo Oitavo

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Olá olá cobrinhas

Boa leitura

Era dia e Nefertite acordara em um cômodo desconhecido, ela não se recordava de como havia chegado nele, alguém havia a levado para lá, a ruiva suspira, sua vida havia se tornado tão confusa, ela estava em cima de um tapete e o mesmo fora arrancado de seus pés e ela caiu com tanta força que mal conseguia se levantar ou se recordar de como se levantava.

Hope observava o sol brilhar no céu, ela não conseguia se levantar, seus olhos mal conseguiam se manterem abertos por muito tempo, seu corpo doía e sua cabeça latejava, como um bêbado, quem a dera estar bêbada, ela sonhou com ele naquela noite, e ela o xingou tanto, no próprio sonho ela o xingou ao vento pois tudo o que ele fazia era sorrir para ela, o que ela deveria fazer?

- Majestade, majestade estamos aqui - Yunet se senta atrás de Hope quando ela tentou se levantar, as cinco estavam ali para ela, sentadas na cama a observando, a ruiva queria chorar, queria tanto chorar quando tomara o copo de água em que Corini a oferecera.

- Eu...me perdoem, senhoras - Hope as pede engolindo o choro em sua garganta, ela tinha que agir como uma mulher, como ela sempre agira em sua vida, mas, por quê ela não conseguia? Não conseguia fingir que tudo estava bem - m-me perdo - ela não consegue completar, no momento seguinte ela chorava ruidosamente e todas elas tinham lágrimas em seus olhos, não sabiam como agir, o que deveriam dizer? Elas nunca haviam passado por aquilo, mesmo que sabiam que o faraó poderia ter muitas esposas, entretanto, Ramsés era diferente, ele nunca quis nenhuma, até aparecer com Nefertite e elas viam o amor nos olhos dele, todos viam o quanto ele a adorava como uma deus reencarnada, os nobres os viram com outros olhos a partir daquele dia, então, por quê?

- Está tudo bem, Nefertite, você pode chorar e colocar sua dor para fora agora - Núbia era quem toma a palavra ao se sentar ao seu lado, ela sentiu...e ainda sentia daquele sentimento - é doloroso, dói muito e por muito tempo, porque ele pode ter muitas esposas, mas, jurou amar apenas você e é agonizante quando você finalmente se abre para o amor e ele...não é como sempre fora idealizado...eu amei muito Yaxley, ele foi o meu amor juvenil, mas...as coisas não saem bem como a gente deseja, o amor é complicado e precisa de vontade, muita vontade e...principalmente do homem, eles tem que amar muito, porque uma mulher pensa milhões de vezes antes de trair e eles...eu não sei, eu apenas o vi ali, transando com a minha melhor amiga, no nosso cômodo pessoal e eu...sabe, eu vi tudo, e pensei...onde eu havia errado - a mulher deixa que lágrimas caírem de seus olhos - não importa quantas vezes ele peça perdão, não importa se ele quiser me dar o mundo, porque ele me traiu, ele jurou, ele me amou naquele lugar...não vai parar de doer, nunca, porque eu o amo, um amor doloroso, que me mata à cada flor, à cada perdão, à cada joia e cada toque - ela limpa suas lágrimas - mas, eu nunca deixei que me tirassem o meu lugar de direito, eu não bati, não briguei, porque se eu a batesse, eu seria a mais humilhada, se eu o xingasse, eu seria a mais ofendida...eu sou a mulher dele hoje, mas, posso deixar de ser amanhã, eu levarei meus títulos, minha riqueza e minha residência...e deixarei meu coração, é uma troca justa, o que eu quero a dizer, guarde suas lágrimas para nós e mostre para todos a rainha que você sabe que você é, faça-os respeita-la tanto quanto a verdadeira rainha, nós a respeitamos e não é pelas suas palavras de força ou poder, é porque você é você, rainha Nefertite - um beijo em seu rosto e a ruiva sorri, estava tudo bem, para ela, sua Núbia havia passado por algo pior.

- Espero que possa se perdoar por ama-lo, Núbia querida, assim como eu também me perdoarei - Hope a abraça e todas se abraçam as fazendo rir caindo na cama.

Hope fora chamada por ela, e caminhava até o salão principal assim como fora a instruída, ela tinha escondido suas marcas com muito pó em seu rosto, perfumes e vestes belíssimas, ela era belíssima.

- Me chamastes, rainha Kia? - Hope indaga ao adentrar o recinto, ela estava assentada no lugar dele, onde estiveram juntos naquela noite.

- Claro, temos alguns ponto à acertar, certo? - a mulher sorri ao indica-la que ela deveria se ajoelhar, os guardas a forçam e ela mal teve tempo para raciocinar do que deveria ou não fazer - estas bem acomodada agora - um sorriso divertido - vamos mudar as coisas para que fique de acordo com o que é correto, o básico, suas coleguinhas se vão, aqui não é uma pensão, você também não deve ter uma serva pessoal não é uma concubina condecorada, assim como deve então cuidar do palácio, os servos não são seus empregados, são meus, então, você pode ter um dia com o faraó, acho que será o suficiente...estaremos muito ocupados com as nossas núpcias - Nefertite abaixa sua cabeça, respirando fundo ela não poderia ceder - você se mudará para um cômodo onde se encaixa mais perante seu status social...uma...o que você é mesmo? Ah sim, uma maldição - as palavras a chicoteiam com toda a força e Hope busca forças para que seu choro preso em sua garganta se mantenha preso - Bem...também acho que...bem...o seu nome não condiz muito com o que você é...não vejo beleza - a mulher se aproxima da ruiva, a tocando em seus fios ruivos tão...belos - seu nome será...A Shakhs sharah, combina bem com você - ela cospe sobre os olhos da mulher - imunda - Hope aguentaria, aguentaria firme.

Era tarde da noite quando a ruiva fora se deitar em seu novo cômodo, um quarto com uma manta no chão que ficava ao lado do criadouro de porcos...a Shakhs Sharah.

Ao menos era maior do que um quartinho abaixo de uma escada, isso era um luxo...a ruiva não sabia os por quê's, mas, a partir daquela noite ela imploraria para voltar, voltar ao seu tempo e seu verdadeiro século.

• Hopezinha...eu choro junto contigo •

• Beijos da mamãe •

A Alma do Faraó - Tom RiddleWhere stories live. Discover now