Anastasia
A falta de resposta do médico só me deixa ainda mais nervosa e eu respiro fundo, rogando aos céus um pouco de auto controle.
— A cirurgia foi um sucesso, ele vai se recuperar totalmente. — um suspiro de alívio escapa de mim e sinto meus ombros mais leves na mesma hora.
— Nós podemos vê-lo? — Adriano pergunta para o médico enquanto Elliot me abraça de lado.
— O senhor Grey será transferido daqui a pouco para um quarto e teremos que esperar ele acordar. A bala não chegou a danificar nenhum órgão mas a situação dele ainda requer cuidados.
— Quando poderemos voltar para a Itália? — o médico olha para mim e dá de ombros.
— Tudo vai depender da recuperação do seu marido, senhora Grey. Primeiro precisamos ter paciência até ele acordar e pedirei uma bateria de exames. Um passo de cada vez é o mais indicado agora.
Eu bufo e reviro os olhos, indignada com a fala sucinta dele.
O médico abaixa a cabeça e pede licença, sumindo pelo corredor enquanto Elliot e Adriano me puxam para sentar no sofá.
— Ele está fora de perigo, Ana. Nós só precisamos esperar.
— Nós não temos tempo, Elliot. — afasto meu cabelo do rosto e ajeito a minha postura. — Já que vamos esperar a liberação médica do Christian precisamos começar a agir. Elliot, eu preciso que você providencie a vinda da Mia para cá, lá não é seguro para ela enquanto não estamos por perto. Adriano, quero que você e Don Matteo anunciem oficialmente que ocuparei o cargo de chefe por enquanto e que a nossa saída da Itália é breve, os inimigos não precisam saber do tamanho dos nossos problemas agora.
— Anastasia, a cadeira de chefe vai exigir muito de você, tem certeza que isso não vai prejudicar a sua gravidez? — Elliot olha para mim com uma expressão preocupada e eu sorrio para ele, deitando o cabeça no seu ombro.
— Prometo falar com vocês se eu sentir que está sendo demais. Só não me tirem isso, por favor. Quero provar que sou a perfeita esposa da máfia.
— Você não precisa provar nada a ninguém, garota. A sua fama de atrevida já chegou longe. — Adriano murmura com humor e eu rio.
— Que bom. Agora vamos agir, já perdemos tempo demais.
Eles assentem e vão para o jardim externo, ambos muito ocupados em seus celulares.
A porta se abre novamente e três enfermeiros entram puxando uma maca junto. Christian parece dormir tranquilamente, nenhum sinal de dor em seu rosto.
Eles são educados e profissionais, ajeitando meu marido na cama com cuidado antes de ligar os aparelhos e fazer todas as verificações.
— Ele deve acordar a qualquer momento. Caso haja queixas de dor é só chamar que viremos atendê-lo.
Agradeço com um sorriso pequeno e me sento na cadeira ao lado da cama assim que eles saem.
Lágrimas de alívio vêm aos meus olhos no momento em que coloco minha mão sobre a dele, o choque tão familiar entre nós dois me trazendo um pouco de paz finalmente.
— É revigorante acordar e ver uma coisa tão bonita. — olho para cima e meu sorriso fica mais amplo.
Christian olha para mim com os olhos cerrados, mas as bochechas estão mais coradas enquanto ele parece lutar contra a vontade de rir.
— Eu sou uma mulher casada, sabia? — ele bufa.
— As mais bonitas sempre são. Qual é o nome do bastado sortudo? — tombo a cabeça para o lado e suspiro quase sonhadora.