Anastasia
O sol já estava alto no céu, a claridade entrando pela fresta da janela e batendo no meu rosto.
Olho para o lado vazio na cama e suspiro, puxando o travesseiro de Christian para o rosto.
É hoje, porra.
Meu celular vibra na mesinha de cabeceira e me levanto para pegá-lo. Era a vigésima mensagem de Mia e ainda não eram dez da manhã.
Meu casamento seria às quatro da tarde, por Deus. Temos tempo de sobra.
Pego meu roupão no divã e faço um laço na cintura, saindo para o convés superior.
Mia estava digitando furiosamente no celular enquanto mastigava um pedaço de panqueca. Me sento na cadeira ao seu lado e puxo o telefone das suas mãos, jogando-o sobre a mesa.
— Anastasia!
— Eu acho que estou enjoada. — ela arregala os olhos e coloca a mão na minha testa.
— Sente alguma coisa? Quer que eu chame alguém?
— Não, acho que é só efeito de estar tomando café na mesma mesa que você e o Elliot foderam como coelhos essa madrugada. — Mia gargalha e pega um morango.
— Então te recomendo a não entrar na hidromassagem.
— Deus, vocês são terríveis. — estremeço, pegando a xícara de chá que um dos empregados estende para mim.
— Você já deveria ter se acostumado. — ela morde o lábio inferior e suspira. — E você tinha razão, o talento para foder vem de família. Nunca fui tão bem comida.
— Tudo bem, Mia, eu não preciso dos detalhes.
Ela ri e enfia os óculos escuros no rosto, tombando a cabeça para trás. Elliot aparece no convés logo em seguida com bermuda branca e camiseta azul, tão diferente do habitual.
Ele caminha até nós sorridente e me dá um beijo na testa, tocando minha barriga suavemente antes de se sentar do outro lado da mesa. Mia o ignora totalmente, puxando sutilmente o decote da blusa vermelha.
— Como se sente, Ana?
— Bem, não se preocupe. — ele assente e aperta a minha mão.
— Seu cabeleireiro chega ao meio-dia, depois maquiagem. Nossa saída está marcada para às três. O vestido já está no seu quarto e Emi vai te ajudar a acabar de se arrumar. — assinto, tomando mais um gole do meu chá. — E me desculpe por ontem à noite, Ana. Eu fui um idiota estúpido mas não vai voltar a acontecer.
— Assim espero, Elliot. Não se esqueça que em alguns meses seu sobrinho vai estar aqui e é em você e no Christian que ele vai se espelhar. — meu cunhado assente e abaixa a cabeça.
— Te dou a minha palavra.
Mia bufa ao meu lado e enfia outro morango na boca, indiferente.
Como eles conseguem agir assim? É como se a noite anterior nunca tivesse acontecido.
— É... Bom... Quando vocês iam me contar que estavam planejando juntos o casamento? — Mia retira os óculos e olha para Elliot pela primeira vez.
