Capítulo 3

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Anastasia

Quando abri meus olhos tudo a minha volta estava na penumbra. Me sentei na cama e reparei que estava num quarto luxuoso e espaçoso mas totalmente estranho para mim. Minha cabeça estava a ponto de me matar e meu estômago estava dando cambalhotas e quanto mais eu forçava meus olhos a focarem em cada ponto do quarto pior minha situação parecia ficar. Forcei minhas mãos no colchão fofo e tentei me levantar, mas não tinha forças suficientes. Meus braços estavam fracos e pontadas verdadeiramente dolorosas no lado esquerdo do meu corpo quase roubavam a minha respiração. Eu esfreguei o local e caí novamente sobre os travesseiros macios.

Quando acordei novamente ainda estava escuro. Não faço a mínima ideia de quanto tempo dormi. Deixei meu celular no hotel e não há um relógio por perto. Talvez seja outra noite? Eu respirei fundo e me levantei, jogando minhas pernas para fora da cama. Meu estômago agora está comportado, mas minha cabeça ainda girava, me obrigando a esperar um momento para me sentir totalmente segura e soltar em meus pés. Alcancei o abajur Tiffany no criado-mudo e uma iluminação suave bateu nas paredes só para comprovar a minha teoria de que o lugar é estranho porém cheio de luxo.

As paredes altas e ricamente decoradas com papel de parede marfim e dourado, janelas francesas, uma lareira bem em frente a cama com uma televisão enorme embutida, além de duas portas de madeira escuras uma ao lado da outra. Lençóis de cetim criam atrito com a minha pele, deixando tudo ainda mais chique. Estremeci assim que meus pés tocaram o chão frio de mármore escuro, mas ignorei e fui até a janela do chão ao teto que dava uma vista impressionante para um jardim perfeito e uma piscina de tirar o fôlego.

— Que bom que acordou. — eu saltei e apertei com força o lado esquerdo do peito. Um homem loiro e muito elegante num terno escuro estava parado na porta do quarto com um sorriso que escorregou uma fração assim que ele me viu. — Você está se sentindo mal? — seu sotaque forte denunciou que ele não era americano e nem britânico. Pela sua aparência ele me parece bastante italiano; alto, bonito e sorridente. Se eu não estivesse tão assustada diria até que ele é um garoto atraente.

— Onde eu estou e por quê? — minha voz vacilou um tom, denunciando o meu pavor crescente. Ele sorriu novamente e deu um passo para trás, se aproximando da porta.

— Por favor, sinta-se à vontade. Logo estarei de volta e você terá as respostas que precisa. — ele murmurou e saiu tão rapidamente que mal consegui registrar.

— Não, espera. — corri até a porta e girei a maçaneta. Sem sucesso. O filho da puta me prendeu aqui.

Eu respirei fundo para acalmar o meu coração doente de merda e me fui até a porta da esquerda ao lado da lareira. Acendi a luz e um banheiro impressionante surgiu. Todo branco com detalhes dourados, cheio das coisas que eu costumo usar; meus produtos preferidos para o cabelo, hidratantes, perfumes. Uma banheira enorme e um box com as mesmas proporções completavam o ambiente. Era grande o suficiente para abrigar todo o Seattle Mariners com folga. Tranquilamente maior que o apartamento de Jack.

Jack... Ele deve estar preocupado comigo. Ou talvez não, aquele bastardo egoísta. E eu estava cheia de raiva novamente, e cheia de medo também.

Eu parei em frente ao espelho e admiti que eu não parecia mais uma merda. Minha pele estava bronzeada e as bolsas horríveis sob os meus olhos tinham sumido totalmente. Eu ainda estava com o meu biquíni e vestido. Como eu vou me virar sem as minhas coisas? Rolei meus olhos e me atirei dentro do box. Antes de qualquer coisa eu preciso de um banho. Quando voltei para o quarto o Senhor Cabelos Loiros estava lá novamente e com um sorriso ele me estendeu sacolas da Chanel, Victoria Secrets e Manolo Blahnik. Peguei com um sorriso pequeno e corri novamente para o banheiro.

Ninety Days Where stories live. Discover now