Capítulo 46

1.1K 149 41
                                    

Anastasia

Deixo Christian brincar de chefe e dar meia dúzia de ordens enquanto como fatias de melancia com Nutella e tomo uma xícara de chá de camomila com mel.

Mistura estranha? Talvez, mas foi o que a minha fome gestacional pediu.

Ele gesticula e fala em italiano com os homens, sua voz subindo cada vez mais e percebo ele ficando mais e mais nervoso.

Me levanto da cadeira deixando minha comida sobre o aparador e caminho até ele, envolvendo meus braços ao redor da sua cintura. Christian me abraça e pressiona minha cabeça contra o seu peito que vibra a cada berro que ele dá.

— Christian, calma. Gritar agora não vai nos levar a lugar nenhum. Nós precisamos ser práticos e inteligentes, não agir como vadias escandalosas.

Ele bufa e dispensa os oito homens ao nosso redor que abaixam as cabeças e saem da nossa presença silenciosamente.

— Olha só, cunhadinha, colocando ordem na bagunça. — Adriano cruza os braços e apoia o peso no corrimão da escada, tentando esconder o riso.

— Calado. — rosno para ele e o sorriso rapidamente vira um biquinho.

A porta se abre num solavanco e Elliot entra por ela estremecendo um pouco enquanto balança os cabelos molhados. Uma chuva torrencial cai lá fora, os trovões altos fazendo eu me encolher um pouco.

Christian sente e me abraça mais forte, beijando o topo da minha cabeça enquanto esfrega a minha barriga. O bebê dá um chute e um sorriso feliz cresce nos lábios dele.

— Está feito. Leila será mandada de presente para a família dela como aviso. O que ela fez foi traição e eles sabem disso, mas se quiserem se vingar nós também não vamos ter medo. Mario já está preso como você mandou, Ana. Só estamos esperando ordens suas para dar continuidade ao serviço. — Elliot murmura com um brilho sádico no olhar.

Eu suspiro e assinto, um trovão ainda mais alto faz as janelas tremerem e eu busco mais proteção nos braços do meu marido.

— Vamos dormir e quando amanhecer nós pensamos nisso, tudo bem? Tenho uma outra exigência mas por enquanto isso pode esperar. — Elliot assente e caminha até mim, me dando um beijo na testa e um tapa nas costas do Christian.

— Mia deve estar preocupada, saí do quarto sem responder as perguntas dela. — ele faz uma careta de dor e esfrega a nuca. — Ela só vai me dar paz depois de conseguir todas as informações com riqueza de detalhes.

— Pode ir tranquilo, eu conto tudo para ela depois. Pode dizer que é promessa.

Elliot ri e assente, subindo os degraus rapidamente.

Adriano acena para nós e murmura um bom noite antes de fazer o mesmo caminho que Elliot.

— Com sono, dea? — balanço a cabeça em afirmação e ele dá uma risadinha, beijando a ponta do meu nariz. — Vem, vou te colocar para dormir, baby.

Os pingos grossos de chuva batendo na nossa janela fazem um som relaxante reverberar.

Mesmo com um pouco de limitação, Christian me ajudou a subir as escadas e me deita na cama com cuidado, colocando meus pés para cima e ajeitando meus travesseiros.

— Você é maravilhoso, sabia? — dou um beijo casto nele e Christian fica levemente ruborizado. — Espera, você está corando?

Ele ignora meu murmuro incrédulo e dá a volta na cama, sua calça batendo no chão antes do colchão ao meu lado afundar.

Ninety Days Where stories live. Discover now