Capítulo 21

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Anastasia

Já são mais de onze da manhã e Mia e eu ainda não tivemos força de vontade para chutar as cobertas e sair da cama. Elliot me manda uma mensagem perguntando se está tudo bem e eu decido que já chega de preguiça.

— Anda, vadia. Hora de levantar. — Mia geme e puxa um travesseiro para o rosto. — Agora. — grito alto e corro para o banheiro.

Elliot suspira audivamente quando chegamos ao terraço. Ele joga o jornal de lado e puxa uma cadeira para mim, beijando minha cabeça antes de fazer o mesmo por Mia.

— Bom dia meninas. Está sentindo alguma coisa, Ana? Enjôo, fraqueza? — balanço a cabeça, puxando um guardanapo para o colo.

— Estamos bem, Elliot, não se preocupe. Com fome mas bem. — ele sorri e aperta meus ombros.

— Isso é inadmissível. Vou mandar preparar um café reforçado. Já volto. — ele pisca e lança um olhar aguçado para o decote generoso de Mia antes de correr para dentro da mansão.

— Ele é um pedaço de mal caminho. — Mia murmura com um suspiro, mordendo o lábio inferior.

— Ei, terra chamando Mia. — estralo os dedos na frente do seu rosto e ela revira os olhos, dando um tapinha na minha mão.

— Eu estou ouvindo, chata.

— Claro que está. — reviro os olhos. — Eu preciso da sua ajuda. — Mia arqueia uma sobrancelha. — Eu tenho uma consulta com o ginecologista hoje mas está no seu nome. Basicamente você é a paciente, não eu.

Mia toma um gole de água e suspira, apertando minha mão esquerda sobre a mesa.

— Por mim tudo bem mas por quê isso?

— Eu não sei até que ponto o Christian fica por dentro do que está acontecendo e eu quero fazer uma surpresa. Se ele ficar sabendo e me ligar eu posso dizer que você esqueceu de tomar a pílula ou qualquer coisa assim. Eu só não quero que ele saiba ainda. — Mia solta a minha mão e desvia os olhos para o mar.

— Já pensou em como vai contar? — sorrio, esfregando minha barriga.

— Ainda não, mas tenho pensado em algumas coisas. Meu coração acelera só de imaginar o quão feliz o Christian vai ficar.

— Não o conheço o suficiente mas particularmente eu não duvido. — ela ri e olha para mim novamente. — Não se preocupe, Ana. Se ele não acreditar pode passar o telefone para mim que eu confirmo.

Jogo meus braços ao redor do seu pescoço e a abraço forte, lágrimas rolando livremente pelo meu rosto.

Malditos hormônios.

— Obrigado, Mia. Depois da consulta vamos para Taormina fazer compras. Eu preciso vestir a minha madrinha e também preciso achar um vestido de noiva. — sorrio.

— Compras na Itália. — Mia grita, batendo palmas.

— Christian me deu um cartão de crédito com a ordem expressa de gastar tudo. Sinceramente eu tenho um pouco de medo do limite, ou da falta dele, mas não vou me preocupar com isso. — Mia gargalha alto, dando um tapinha no meu ombro.

Christian me ligou no minuto em que terminamos o café. Meu coração acelerou mas consegui manter a voz tranquila e relatei com a maior riqueza de detalhes possíveis sobre a situação de Mia. Ele acreditou, pelo menos eu acho que sim, e avisou que deixaria Elliot atento sobre qualquer problema que tivéssemos.

— Já escolheu seu vestido de noiva, dea? — a mudança brusca de assunto me pega desprevenida e fico calada. — Anastasia?

— Não, ainda não. Estamos indo ver isso agora.

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