Capítulo 7

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Anastasia

O restante da nossa viagem seguiu tranquila e chegamos no aeroporto alguns minutos mais tarde sem grandes problemas. O motorista saltou para fora e abriu a porta para Christian enquanto eu ajeitava a minha bolsa no antebraço e admirava o relógio no meu pulso. A porta ao meu lado se abriu e Christian agarrou a minha cintura para me tirar do SUV alto. Ele estava sorridente e relaxado, quase cativante.

Suas mãos desceram pela minha coluna e apertaram a minha bunda no instante em que meus pés tocaram o chão. Olhei para ele com tangível indignação mas recebi um sorriso ainda maior em troca.

Isso é coisa de adolescentes, por Deus.

Christian aparentemente se divertiu com a minha cara feia, sorrindo mais largo. Ele deu de ombros em seguida e deslizou a mão ao redor da minha cintura, me puxando terminal adentro. Eu nunca fiz um check-in tão rápido. Foram literalmente dois minutos de espera e mais um par de batidas de cílios que a atendente deu a Christian e nós já estávamos liberados para a decolagem.

Os capangas dele se sobressaiam entre nós com seus quase dois metros de altura e ternos italianos caríssimos. As pessoas paravam tudo o que estavam fazendo para admirar enquanto passávamos e minhas bochechas queimaram de vergonha. Olhei ao meu redor para ter certeza de que não via nenhum rosto conhecido e deslizei os óculos escuros no meu rosto, mantendo-o voltado para o chão.

Atravessamos uma área privada até a pista de decolagem. Um jato impressionante surgiu diante de mim e me senti enjoada no mesmo instante. Todos os meus episódios de pânico anteriores pareceram nada perto do pavor que borbulhava nas minhas veias nesse momento.

— Suba as escadas e se acomode, já estou indo. — escutei atrás de mim antes de sentir um leve empurrão em direção àquela coisa.

— Não, Christian, não posso. — eu lati, dando dois passos para trás e batendo no peito forte dele. — Você não me disse que estávamos tomando um jato. Eu não vou entrar nisso, eu não posso. — fiquei histérica, já me preparando para correr em direção à primeira rota de fuga disponível.

— Anastasia, não faça uma cena. Eu não quero forçá-la, mas não terei outra opção se não essa. Não é grande coisa, baby, é só subir e relaxar. — ele sussurrou e deslizou as mãos pelos meus braços.

A voz dele era doce e tranquila, o que assustava como o inferno. Pode não ter muito tempo, mas já percebi que o Christian calmo é pior do que o Christian cheio de raiva explosiva.

Senti a frustração dele erradiar do corpo e antes de um segundo suspiro eu já estava sendo erguida e jogada sobre os seus ombros. Gritei e bati nas suas costas, lágrimas de medo e humilhação queimando pelo meu rosto e agora a única coisa que eu poderia querer era a sua dolorosa morte. Sua voz se sobressaiu aos meus gritos histéricos enquanto ele latia alguma coisa em italiano autoritário.

Ele subiu os degraus indiferentes as minhas palavras não tão educadas e a porta do jato se fechou atrás de nós. Meus gritos se tornaram ainda mais altos e o aperto de Christian mais forte. Me senti sufocada com as minhas próprias lágrimas, meu coração acelerado no peito e meu estomago dando voltas não me deixaram mais calma.

Não adiantou lutar.

Nunca adiantava.

Christian me derrubou sem grandes esforços e se impôs sobre mim novamente.

Ninety Days Where stories live. Discover now