Capítulo 23

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Christian

Semanas antes...

The Grace navega suavemente pelas águas calmas, o vento balançando o meu cabelo. Olho para o horizonte e suspiro, puxando meu celular do bolso.

Já havia dias que eu não via Anastasia, suas fotos no meu telefone sendo a única forma de matar a saudade.

Deus, sinto falta dela.

Digito o número de Elliot e espero impacientemente ele atender a maldita chamada. Demora três longos toques, mas finalmente sua voz soa do outro lado da linha.

— Coloque Anastasia no carro e a mande para mim. — ele suspira e consigo ouvir papéis sendo remexidos ao fundo.

— Graças a Deus, porra. Ela está ficando insuportável. — rio, ajeitando meus óculos escuros no rosto. — Ela pode ser um demônio quando quer.

— Eu pensei que você gostava dela. — Elliot bufa.

— Eu gosto, mas isso não significa que quase não enlouqueci ao lidar com ela. — ele ri e suspira novamente. — Não sei se isso vai te interessar mas Anastasia tem perguntado sobre você. Ela parece realmente preocupada com o seu sumiço.

— Não diga nada a ela, Anastasia não precisa se preocupar com assuntos tão desgastantes.

— Claro, eu concordo.

— Ótimo. Vejo você em Veneza.

— Não que é saber o que ela disse? — Elliot não fez questão de esconder a alegria no timbre de voz.

— Não estou interessado, realmente.

É uma mentira absurda, mas ele não precisa saber disso.

— Ela sente a sua falta. — Elliot não desiste, me enchendo de informações verdadeiramente relevantes.

— Arrume tudo e a coloque no carro, você tem duas horas.

Encerro a ligação e olho para o mar novamente, meu coroação acelerando no peito.

Ela sente a minha falta, porra.

É um turbilhão de sentimentos estranhos. Ao mesmo tempo que é imensamente gratificante também me deixa em pânico.

Dispenso a garota que minha equipe contratou para se passar por Anastasia, mas peço que ela se mantenha por perto em caso de necessidade. Eu esperava não ser preciso, mas as coisas estavam realmente tomando um rumo fodido e eu tenho a obrigação de proteger a minha dea, custe o que custar.

Segundo Gregório, meu chefe de segurança, Emiliano está uma bomba relógio, atirando para todos os lados e Leila tem se aproveitado da situação para se fazer de santa e encher a cabeça do irmão de merdas.

Emiliano é impulsivo, mas não é idiota. Ele sabe muito bem como as coisas funcionam comigo e acredito que nada de mais grave vai acontecer.

Espero, pelo menos.

A situação no Nostros também não foi o meu melhor movimento mas porra, o filho da puta colocou as mãos na minha mulher.

Ninguém toca no que me pertence.

Meu celular vibra, o lembrete da minha vídeo conferência com alguns contatos em Los Angeles notificado na tela.

— Christian, bom te ver. —  Alonzo Ozório me saúda com um sorriso, acendendo um charuto.

— Igualmente, Alonzo. Como vão as coisas? — ele dá de ombros e passa a mão esquerda pelos cabelos brancos.

— Não estão no seu melhor momento mas não é nada que não podemos lidar. — arqueio uma sobrancelha e ele suspira pesadamente.

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