LIVRO 2 -- CAPÍTULO 15

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Amigos leitores, algumas observações antes de o capítulo começar:

1) Primeiro de tudo, claro, peço desculpas pelo atraso, pois este capítulo já era para ter sido postado desde quarta-feira. O atraso se deu por vários motivos, entre eles o fato de minha filha mais velha ter sido picada por um escorpião dentro de nossa casa (!) e uma consequente dedetização de emergência.

2) Segundamente, este capítulo que aqui segue provavelmente será transferido um pouco mais para trás na versão final do livro, mas o posto agora por algumas razões, das quais destaco: (i) Foi o que consegui fechar primeiro! :D Obra inacabada tem dessas coisas! ;) (ii) Eu estava ansiosa para começar a dar vida ao casal Guinevere e Lancelot -- foi bem por isso mesmo que este capítulo ficou pronto antes! (iii) Ele vir agora não atrapalhará a leitura em nada! Daqui a pouco retorno ao castelo de Camelot, onde Arthur e Morgana permaneceram, para contar o que eles andam fazendo.

3) Gente, é com tristeza que comunico que tirarei férias por algumas semanas. Faço isso porque dificilmente conseguiria atualizar semanalmente neste fim de 2016/começo de 2017, então é melhor já deixar combinadinho com vocês. Afinal, é uma época em que minha filha mais velha está de férias escolares, precisando de mais atenção, tenho ainda a caçula de um ano para cuidar, e eu mesma pretendo viajar para visitar minha família. Então vou deixar marcado com vocês que o capítulo 16 sai no dia 25 DE JANEIRO, ok? Por favor, tenham paciência comigo e não me abandonem!

Obrigada, adoro vocês! E agora, vamos ao que interessa, né?! ;)

*


Dois dias depois, pela manhã, bem cedo, a carroça em que Sir Lancelot guiaria a rainha até Carmélide estava pronta diante dos degraus que levavam à entrada principal do castelo, com três robustos cavalos atrelados. Um pouco à frente, dois cavalos já selados aguardavam os escudeiros que os acompanhariam. Ao lado do carro, Lancelot, de pé, esperava por Lady Guinevere.

Ao avistá-la descer a escada, lembrou-se da primeira vez em que a viu, também descendo uma escadaria, mas no castelo de seu pai. Mesmo que agora conhecesse bem seu rosto, a beleza dela o impactou tanto quanto naquele dia, como se sua figura, vista pessoalmente, sempre superasse a imagem de suas lembranças.

Vinha conduzida por Arthur e seguida pelos dois escudeiros, que traziam sua bagagem. Mas Lancelot só foi reparar nas outras pessoas quando estas o alcançaram lá embaixo e ouviu a voz do rei a despedir-se da esposa:

"Boa viagem, minha rainha," disse, beijando-lhe a mão. "Transmiti meus cumprimentos a vosso pai. Sabeis que estimo muito o rei Leodegan. Reiterai que ele sempre poderá contar comigo para o que precisar."

"Ele vos estima igualmente, Alteza. Também podeis contar com ele sempre. E obrigada por me conceder essa viagem!"

Arthur desviou os olhos, sem graça. Jamais negaria este passeio à esposa sob nenhuma circunstância, mas era constrangedor ser tomado por generoso quando para ele o maior atrativo daquela viagem era usufruir de vários dias a sós com Lady Morgana. Que Lady Guinevere lhe agradecesse fazia realçar ainda mais seu egoísmo em não acompanhá-la. Pigarreou e estendeu-lhe a mão para ajudá-la a subir no carro. "Estais bem acomodada, minha senhora?" perguntou após ela se sentar.

"Sim, Majestade!" Guinevere respondeu. E, de fato, estava. Como ia sozinha, o banco era longo e largo o suficiente para deitar-se, caso lhe apetecesse, e tinha duas mantas e várias almofadas para aumentar o conforto. A capota a protegia do sol — ou, no momento, do vento frio daquela manhã.

Enquanto os escudeiros carregavam o bagageiro com as canastras, Arthur foi até Lancelot, que se postara adiante, ao lado dos cavalos, para dar privacidade ao casal no momento da despedida.

Vale sem RetornoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora