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O saguão do edifício era luxuosamente decorado, iluminado por clarabóias bem acima de nossas cabeças. Tenho a impressão que todo esse dourado é ouro, mas me recuso a perguntar.

Clara caminha com confiança pelo salão. Os funcionários a cumprimentam com um sorriso descarado, e ela acena à eles como uma famosa.

— Para onde está me levando? — Ajeito as alças da minha bolsa sobre os ombros, tentando achar uma função para minhas mãos que não tremer sob a influência daquela construção intimidadora.

— Espero que você não tenha medo de elevadores. — Ela para abruptamente. — Aliás, nunca te perguntei isso. Você não é claustrofóbica, né?

— Acho que não, mas isso não gostaria de descobrir isso hoje, se é quem me entende. — Faço careta, imaginando uma cena dessas.

— Bom, então terá que rezar. A mana não se importa muito com manutenções. — Ela dá de ombros desconsiderando e me puxa pelo pulso.

Me apresso atrás dela, entrando no elevador. Fecho meus olhos fortemente quando Clara aperta um botão que indica o sétimo andar.

Por favor, não quero ficar presa aqui.

Namorado de aluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora