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Eu poderia dizer, sem precisar pensar muito, que o hotel poderia ser uma referência em jardinagem dentre todos os outros de Incheon. O verde estava presente em tudo, de maneira harmônica.

No curto trajeto até o refeitório, Chanyeol não soltou minha mão em momento algum. Eu podia sentir nossos batimentos cardíacos de maneira sincronizada, os meus um pouco mais estrondosos que os dele, mas ainda sim, anormais.

Eu me sentia como na época do colégio, experimentando nossas sensações. Algumas nem tão agradáveis, como os olhares tortos dos hóspedes mais velhos em nossa direção, mas outras sensações eram inebriantes, como a ansiedade crescente dentro de mim, a determinação de sempre estar bem para o segundo seguinte, a imprevisibilidade de Chanyeol me causava tudo isso, e eu estava amando sentir tanta coisa ao lado dele.

Mas o que mais me intrigava, sem dúvidas, era o seu silêncio perante quase todas minhas provocações.

Ele parecia pensativo, incompreendido até. Ontem ele até mencionou "não sair do seu lado, não importa o que aconteça".

Eu queria muito poder confiar em mim mesma pra isso, mas não estou confiante de que vou conseguir cumprir essa promessa.

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O refeitório estava repleto de pessoas, algumas acompanhadas por seus animaizinhos e outras por seus familiares.

O lugar tinha foco na decoração marinha, com obras que retratavam o fundo do oceano, desde as vidas mais simples - como as esponjas-, até as mais complexas, como a orca.

Nós escolhemos a mesa próxima à piscina do hotel, que abrigava grandes bolas infláveis coloridas em sua superfície. Uma cerca de aço limitava a área externa da piscina, e presa à ela, uma placa dizia "manutenção".

— Eu querer o que você quiser. — O garoto sussurra ao pé do meu ouvido, enquanto pegava o prato de porcelana e os talheres oferecidos pelo hotel. Eu estava à sua frente numa fila única que se servia do café da manhã - afinal de contas, o hotel disponibilizava de um sistema self- service-. Os pratos dispostos eram, em sua maioria, frutos do mar, o que fizera Chanyeol torcer o nariz.

— Problemas com os animais marinhos? — Provoco, sorrindo marota enquanto colocava um hot roll no meu prato, seguido de alguns niguiris de salmão.

Ele me acompanha, sempre enchendo o prato tanto quanto eu. Sua feição de nojinho era uma coisa que, mesmo com toda sua especialização em artes cênicas, era impossível de maquiar.

Nós nos servimos de duas garrafas de Soju, da qual pagamos do nosso bolso, e voltamos à mesa, carregando nossos pratos.

— Não tem pessoa mais motivada pra comer que você, encomenda.

Ele semicerra os olhos, apontando o garfo na minha direção.

— Insira o contexto aqui!— Ele faz aspas com os dedos, se inclinando sobre a mesa entre nós. — Porque eu to bastante motivado pra comer em outro sentido da palavra.— Chanyeol ri anasalado, e eu devolvo sua malícia com um tapa estalado no braço.

— Encomenda idiota... — Resmungo, dando minha primeira garfada.

Ele pensa que pode me superar nas provocações, mas vou provar que dois podem jogar um jogo.

N/A: Dedico esse capítulo à Your_Maknae. Percebi que você começou a fic recentemente mas leu tudo rapidamente, então seja muito bem vinda, espero que esteja gostando da história!


Namorado de aluguelWhere stories live. Discover now