Namorado de aluguel

047

— Sua vaca maldita. — A loira adentra meu apartamento, me esmurrando com sua bolsa.

— Nossa, que carinhosa. — Murmuro, tentando me defender dos golpes.

— Você me deixou preocupada, sua vagabunda! — Clara se defendeu, jogando sua bolsa no meu sofá.

— Eu estava ocupada com um trabalho. — Explico, soltando um suspiro cansado.

— Ah, trabalho. Sei, sei.

Ela fez uma inspeção geral, correndo seus olhos pelo apê, até que se focou em um determinado ponto e caminhou furiosa em sua direção.

— O que é aquilo no seu lixinho de cozinha?? Caixa de remédio?

— Eu estou um pouco gripada, nada demais. — Me defendo, caminhando atrás dela.

Eu admito ter tomado demasiados analgésicos. Talvez tenha ingerido cartelas demais.

— Lee Shin Eye! — Meu nome reverbera por toda a estrutura do apartamento, fazendo-me tremer. Pelo seu tom de voz, minha melhor amiga iria, no mínimo, me cortar me pedacinhos e me deixar secando ao sol, pendurada em um varal. — O quão doente você está? E seja sincera, ou então eu te levo para o hospital, e eu sei que é o lugar que você mais odeia ir!

Suspiro, jogando meus ombros para frente.

— Tudo bem, talvez eu esteja um pouco indisposta. — Gesticulo, mostrando um paralelismo mínimo entre meu polegar e indicador.

— Um pouco?! Shin Eye, você poderia ter morrido pelo tanto de comprimidos que ingeriu, sua porca! — A forma como Clara se preocupa comigo é realmente encantadora. — Nós estávamos preocupados!

— Nós? — Enfatizo o pronome, sentando-me na beirada da cama de solteiro.

— Sim, eu e o Park Chanyeol. Ele tá verde de preocupação, tadinho!

— Tá nada! Ele é um bom ator. — Declaro, me enfiando debaixo das cobertas. — Ele sabe fingir bem.

— Eu não acho que ele esteja fingindo... — Clara o defende, sentando-se aos meus pés na cama.

— Você sempre defende ele! — A lembro, revirando os olhos.

— É, nisso você tem razão. — A loira admite, e eu aceno como quem diz "viu, eu disse!". — Mas agora deita e descansa. Eu vou arrumar essa zona e fazer uma sopa pra você. Chega de analgésicos, okay?

— Tudo bem, mamãe. — Murmuro sarcástica, virando-me de lado. Minha melhor amiga afaga minha cabeça, como se eu fosse uma criança e minutos depois, eu pego no sono.