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Park Chanyeol P.O.V.

Eu brincava com o anel, o rosqueando no meu dedo anelar, enquanto esperava.

Depois de três batidas, papai abre a porta com um largo sorriso, me puxando para um abraço de imediato. Eu aproveito o momento para abraçá-lo com se fosse a última vez, me policiando para gravar o perfume que emana da sua pele enrrugada pela idade.

— Meu filhinho! Como você cresceu! — Ele segura meu rosto entre suas mãos, causando-me riso.

— Papai, eu estive aqui semana passada ajudando com a mudança. — O lembro, bem humorado.

O mais velho coloca as mãos na cabeça, como se tivesse um estalo.

— Ah é, verdade! — Ele riu de si próprio.

— Falando nisso, vocês se adaptaram bem?

— Sua mãe sim, mas eu... Bom, você sabe que o seu velho prefere a calma do interior... — Ele argumenta, me trazendo para dentro de casa, fechando a porta atrás de mim.

— Sim papai, mas você sabe que é melhor pra mamãe ficar perto do centro de Seul. Fica mais perto do...

Hospital. Sei, sei. Eu não me importo, meu filho. Tudo pra ver minha esposa melhor.

Eu suspiro profundamente.

Se realmente pudéssemos recuperar isso... Mas recuperar tudo o que já fora perdido é impossível.

Papai me encaminha até a cozinha, onde ele diz que mamãe está, junto à Eun Bi, uma cuidadora que eu contratei para cuidar deles.

"Ela está tomando o Sol da tarde".

Foi o que ele disse.

Quando a vi naquela cadeira de rodas, com os raios solares iluminando seu rosto redondo, eu quase me emocionei.

Minha mãe estava ali, viva. Mas nossas memórias, as boas e ruins, estavam apenas comigo.

Eu pedi para que a cuidadora se retirasse e cuidadosamente me aproximei, ajoelhando ao lado da cadeira.

Eu seguro as mãos frias de mamãe, que possui alguns tremores de vez em quando e ela reage como se tentasse me reconhecer.

— Oi mamãe. Eu vim te ver. — Informo, lançando-lhe um sorriso.

A mais velha tomba a cabeça para o lado, sem resposta.

— Quero te contar uma coisa importante, mas não sei se você vai se lembrar depois.

Eu sempre fazia pausas, esperando ouvir respostas que era incerto se viriam ou não.

— Se você estivesse bem, tenho certeza que ficaria toda animada como você sempre ficava com tudo sobre mim. — Eu me lembro dos momentos em que, uma pequena afirmação era sinônimo de festa para mamãe. Se eu tirava uma boa nota na escola, lembro que a mesma me fazia meu prato favorito e até me levava para comprar algo que eu gostasse. — Eu vou me casar. — Informo, olhando para papai do outro lado do cômodo, que conversava com Eun Bi, alheio ao nosso assunto.

— Você vai se casar, querido? — A afirmação me fez erguer o cenho, e eu apertei suas delicadas mãos contra as minhas, olhando-a com esperança.

Balanço a cabeça, afirmando.

— Você a ama?

Dessa vez, eu nego, tristonho.

— Eu não a amo, mamãe. Mas eu amo você e o papai, e vou fazer de tudo para proteger vocês, o quanto eu puder, tudo bem?

A mais velha assente a cabeça, e eu pego seu pequeno nariz entre os meus dedos, brincalhão.

— Você me dá sua benção?

Ela não me responde mais uma vez, então eu beijo sua bochecha, mas ela começa a gritar e pedir socorro.

A cuidadora corre até nós, junto com papai que segue atrás com seus passos lentos.

Eu me afasto da mamãe, receoso.

— Calma, senhora Park. É só o seu filho... — Eun Bi afirma, mas mamãe não para de se debater.

— Essa pessoa não é meu filho! Eu não tenho um filho! — Ela afirmava, totalmente assustada com minha presença.

— Vamos, Park Chanyeol, dê um pouco de carinho ao seu velho, agora. — Papai me puxa pelos punhos, mas eu não quero deixar a mamãe ali. — Sua mãe está doente, não pressione ela.

Eu concordei, e deixei que ele me guiasse para os fundos da casa, onde ficava o que um dia fora um belo jardim, nas mãos do antigo dono, mas que hoje é apenas um amontoado de plantas doentes e mortas.

O mais velho apenas ficou ali, parado como uma estátua do meu lado, com os braços atrás do corpo.

Appa, eu tenho que te contar uma coisa. Eu vou me casar.

Ele abre um largo sorriso, dando tapinhas seguidos nas minhas costas, como parabenização.

— Aish, graças ao Buda, pensei que não viveria para vê-lo se casar. — Ele coloca as mãos sobre o peito, aliviado.

— Você está bem, papai? Não sentiu mais aquelas dores no peito que o senhor reclamava da última vez? — Questionei preocupado.

Ani, não se preocupe comigo, criança. Me diz, qual é o nome da tua mulher?

Eu limpo a garganta.

— Beatriz. Beatriz Rosa Machado. — Informo, mostrando a aliança no meu dedo anelar.

— Uma estrangeira? — Ele enruga o nariz, mas eu o puxo de lado, deitando minha cabeça em seu ombro. — Tudo bem filho, não tem problema se você a ama.

Eu queria poder agradecer as suas bênçãos, mas seria mais fácil recusar tudo se ele não concordasse.

— Papai, você sabe que eu sempre vou fazer tudo o que o senhor precisar?

— Eu sei, meu filho. Eu reconheço seu esforço, mas não quero que sacrifique a sua vida, pela nossa que está na reta final. — Informa, acariciando meus cabelos com seus dedos gordinhos.

— Credo, Appa. Não fale uma besteira dessas nunca mais! — O repreendo, fazendo beiço. Papai me acolhe ainda mais, me apertando como se eu ainda fosse um bebê.

— Tem um tico de verdade nisso, meu filho. Uma hora ou outra, nós vamos te deixar, e você vai ter que viver a sua vida sem seus pais. Então não a desperdice agora.

Eu fungo, sentindo as lágrimas virem. Elas escorrem pelos meus olhos, descendo pelas minhas bochechas.

— Mas pai, você doou sua vida pra mim, me deu tudo o que eu queria, me alimentou, me vestiu, renunciou aos seus desejos pelos meus! Eu só quero retribuir o seu amor! — Me defendo, deixando que as lágrimas embarguem a minha voz.

— Eu te criei para que você sinta esse amor por outra pessoinha, Chanyeol. Tudo o que o papai mais quer é que você experimente a felicidade que eu experimento até hoje por ter um filho como você. Segurar um bebê no colo, sentir aquela parte de você ali, tão dependente de você, é uma experiência única. Se quer me ver feliz como diz, me torne vovô. — Ele abre seu sorriso marcante, fazendo-me secar as lágrimas.

— Eu te amo muito, papai! — Nós nos abraçamos e naquele momento, eu me sentia protegido de todo o mal que pudesse me afligir, graças a seu abraço apertado.

N/A: Annyeong, capetinhas!

Capítulo de dia dos pais adiantado, nossa, chorei pakas aqui. O pai do Chano é tão fofo *----* tô apxnd.

O que vocês acham que a mãe dele tem? Comenta aqui!

Dedico esse capítulo à Carol_Pereira. Obrigada pelos seus votos, moça 💓💓💓💓





Namorado de aluguelUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum