012

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— Você acha melhor ter um encontro individual? Que tal começar pela ordem alfabética?

Assinto para Beatriz e ela me leva do lado de fora do restaurante. Haviam algumas mesas ao ar livre. Não era como lá dentro, parecia mais romântico, mais íntimo.

Seus saltos número quinze batem contra o assoalho. Ela pega o mais alto dos garotos pela mão, e o traz até à mesa.

— Com licença... — Balbucia, sentando-se à minha frente. Entre nós só há um vaso com um ramo de rosa mergulhado em água.

Beatriz se retira para acompanhar os outros pretendentes lá dentro.

Engulo em seco quando eu tenho que comandar a noite.

Pigarreio. Meus neurônios trabalham a todo vapor para me certificar de que estou fazendo cada movimento corretamente.

Mal tenho tempo de tirar minhas mãos quando aquelas outras grandes mãos tocam as minhas.

Uma onda de adrenalina percorre meu corpo e, automaticamente, sei que esqueci todos os protocolos.

Ouso levantar o olhar para encarar seus olhos.

O garoto tem um cabelo tingido por um rosa muito pálido. Seus olhos são bem marcantes, mas o que me chama mais atenção é o sorriso malicioso em seu rosto. Sei que estou sendo hipnotizada, enganada, como um corvo em uma armadilha, mas não consigo parar de encará-lo.

— E-eu pedi para que não houvessem atuações hoje à noite. — Tento parecer formal e polida, afastando-me de seu contato corporal.

Ele parece ofendido, guardando suas mãos sobre o colo.

— Estou sendo bastante sincero. Poderia usar a Bia pra comprovar isso.

Levanto o cenho. Fico com um enorme ponto de interrogação na expressão até que lembro um breve comentário de Clara.

"Minha irmã leva um por semana para casa."

Ah... Então você já foi da Beatriz.
— Comento, sem deixar de esconder meu desapontamento na voz.

— Isso te desaponta?
— Ele estende novamente as mãos, agora, toca a pele da minha bochecha, me fazendo estremecer. Esses primeiros contados, ainda mais com um Oppa tão bonito - admito-, me fazem ficar com as pernas trêmulas.

— Não. — Minto, afastando-o.

— Eu admito que sou apaixonado por ela. Que isso fique entre nós. — Adverte. Eu assinto, garantindo guardar o segredo. — Mas não posso fazer nada, já que ela prefere o Kai.

— Quem? — Junto as sobrancelhas em confusão.

— Ah, você vai ter o prazer de conhecê-lo essa noite. A propósito, sou o Chanyeol.

O ruído do alarme me tira do transe. Nosso tempo juntos acabou.

O candidato levanta e se inclina até minha orelha.

— Por favor, não me troque pelo Kai, também.

Namorado de aluguelWhere stories live. Discover now