Capítulo 13 - CATARINA

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Eu deveria imaginar que ele já estaria totalmente recuperado. Mas não. Tive que vir aqui para comprovar.

Eu e a Ana ficamos desesperadas quando vimos ele perder a consciência no sofá de casa. Por sorte a emergência não demorou a chegar e logo aplicaram um antialérgico. Assim que chegamos ao hospital de Caxias liguei para o seu irmão, Jaime, o homem que me acudiu naquele sinistro dia. E eu imaginando que não teria oportunidade de vê-lo novamente para agradecer.

No telefone, eu expliquei que era a mulher que ele socorreu e contei rapidamente o ocorrido Henrique. Estava mortificada ao ter que confessar que Soares estava internado enquanto percebia sua preocupação.

Quando Jaime chegou, reparei que a notícia de que Henrique Soares estava no hospital já tinha sido espalhada, então peguei a Ana e a levei para casa.

Contei a Marlon tudo que aconteceu. Ele ficou eufórico com a minha proximidade com Soares. Quanto ao trabalho apenas ficarei de sobreaviso para cobrir algum evento ou editar algumas reportagem. Estava feliz com isso, teria um horário flexível e não teria que por Ana na creche novamente.

Leandro chegou tarde, depois que Ana dormiu, o que acabou sendo uma coisa boa, pois ele ficou animado com a notícia que assistiu na televisão de que seu ídolo foi atendido no hospital do nosso bairro.

Ana acordou eufórica, cheia de perguntas e não permiti que assistisse televisão.

Ela se sentiu culpada por ter dado camarão a ele e por várias vezes a peguei chorando ao longo do dia. Expliquei que era impossível imaginar que ele era alérgico e que não era para se sentir assim, mas não adiantava. Ela foi dormir chorando e acordou chorando. Não tive escolha a não ser levá-la para vê-lo pessoalmente.

Fiquei receosa, afinal a foto da Luciana Santana já tinha sido divulgada. Torci para que eles entendessem que as fotos comprometedoras de Soares estavam em segurança e que me deixariam em paz depois disso. Entretanto, precisava acalmar Ana.

Primeiro, liguei para Jaime e pedi autorização para visitá-lo. Ele, como sempre gentil, liberou nossa entrada no hospital que Soares tinha sido transferido.

Deixei Ana no corredor sob os cuidados de uma enfermeira e fui liberada para entrar.

Dois pares de olhos me encaram nesse exato momento. Um deles é divertido, e o outro, assustado. Demoro a perceber que ele estava fingindo estar me beijando. Isso era sacanagem, não é? Esse homem estava zombando de mim. Ele é meio perturbado!

— Hum... Oi. Desculpe por entrar assim. A enfermeira falou que eu poderia... que você estava dormido...

— Relaxa, Catarina — diz Jaime, levantando e me cumprimentando com um beijo no rosto. Sorrio.

Agora, observando com calma, percebo que além de alto, Jaime é muito bonito e cheiroso.

Eles eram diferentes. Não que Soares fosse feio. Não era mesmo. A diferença era apenas no biotipo. Jaime era fortão, todo grande e educado, enquanto Soares era um pouco menor, mas eu sabia por experiência própria que, debaixo da blusa tinha um tanquinho que dava para lavar uma roupa direitinho. Soares tinha um jeito malandrão e um brinquedinho incrível. Mas aí eu não poderia comparar! Sorrio por dentro! Eu não presto!

— É bom conhecê-la direito. Quando fui te procurar ontem, você já tinha ido embora e aquele dia não tive a oportunidade de perguntar seu nome...

— Não acho que ela diria o seu nome se não tivesse sido descoberta. — Soares nos surpreende, fazendo o irmão parar.

Jaime se vira para ele e faz careta.

TUDO OU NADAWhere stories live. Discover now