Capítulo 32 - HENRIQUE SOARES

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Estou tentando achar as palavras corretas para descrever tudo o que estou sentindo, mas não estou encontrando. É impossível de ser explicado. É a certeza, a razão, o motivo.

Eu posso viver mais um dia ou cem anos e jamais me esqueceria desse dia, dessa sensação de amar uma pessoa pensando apenas no seu bem-estar.

Sabe quando você quer que um momento dure para sempre? Esse momento seria o escolhido para ser eternizado.

Eu desejava sua boca, o seu corpo e o seu beijo. Queria saciar a minha fome de desejo e apagar este fogo que estava me corroendo aos poucos.

Deixei tudo pronto. Pedi ao meu assessor para providenciar um vestido para ela. Quero manter ela fora dos holofotes, fora de toda a loucura que se chama fama. Se eu pudesse a enclausurava em uma caixinha e a mantinha guardada para sempre perto de mim.

Eu precisava ir com calma. Catarina não era como as outras. Eu não queria assustá-la, mas ao mesmo tempo o meu ser impassível, impaciente e intenso estava gritando para marcá-la como minha.

Deveria estar tranquilo após ter Catarina na minha cama. Geralmente eu me sentia satisfeito depois de ter conseguido o que queria, mas não era o caso. Mesmo depois de tê-la, eu precisava de mais. Eu estava sentindo falta de ar. Ela iria embora e eu voltaria para aquela vida de pegar uma mulher ali, outra aqui e ficar sem o sentimento de carinho e conforto com alguém que almejo que seja recíproco. Eu estava fodido, sabia perfeitamente disso.

Jaime me dizia que quando eu encontrasse a pessoa certa, veria o quanto a vida de curtição era irrelevante. Sabichão do caralho! E era irrelevante mesmo. Eu acabo de perceber que nada daquilo fazia sentido e por outro lado agradecia, pois foi essa vida que me trouxe até ela.

Sorrio sozinho, enquanto acaricio seus cabelos castanhos esparramados no travesseiro. Ela lentamente desperta ao meu lado.

— Oi — diz, sorrindo. Quase entro em pane com a visão.

— Olá, bela adormecida. Dormiu bem?

— Como um anjo. — Ela se espreguiça e me dá um beijo nos lábios.

— Hum, pelo menos dessa vez eu não fui parar no chão com um chute.

Catarina sorri encabulada, tampando a boca com o lençol.

— Desculpe por aquilo.

— Tudo bem. Posso conviver com isso — brinco.

Ela inspira profundamente e senta na cama.

— Preciso ir, Henrique.

Meu coração dispara. Eu não poderia impedi-la. Quem eu era para ter esse poder?

— Bom, eu pedi para comprarem um vestido. Você não poderia sair daqui com aquele vestido rasgado.

— Sério? Você me manteve tão ocupada que nem parei para pensar nisso.

Sorrimos.

— Está no banheiro.

Ela se arrasta pela cama e sem conseguir me controlar, eu a seguro.

— Não quero que você vá embora, Catarina.

Eu a beijo devagar, mostrando o quanto a quero.

— Preciso ir. Eu tenho uma entrevista para editar, esqueceu?

Torço a boca e a solto. Ela vai para o banheiro e me levanto.

Caminho de um lado para o outro, nervoso. Precisava deixar claro que tudo o que aconteceu não foi apenas uma noite. Será que ela percebeu que quando fazíamos amor estávamos nos conectando ainda mais?

TUDO OU NADAOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz