TUDO OU NADA

Capítulo 28 - HENRIQUE SOARES

Louco. Essa palavra se aplicava perfeitamente ao meu estado atual. Eu estava louco. Louco de raiva.

Você percebe que a porra ficou séria quando começa a sentir ciúmes.

Depois da discussão calorosa com Jaime, que se estendeu por mais tempo do que eu queria, sai em disparada pela orla de Copacabana atrás de Catarina. Precisava desfazer a situação embaraçosa em que nos encontrávamos quando o meu irmão chegou.

Precisei dizer para o Jaime que estava preocupado com as fotos, o que era uma mentira deslavada. Detestei enganá-lo dessa forma, pois ele me conhecia melhor do que ninguém. Às vezes tal fato me assustava, pois parecia que ele podia prever o que eu iria fazer. Mas, essa não seria a primeira vez que eu estaria mentindo para ele.

Ele era mais do que meu irmão e não poderia apenas dizer a ele que a mulher que o encantou também tinha me fisgado e por mais que eu me esforçasse para pôr na cabeça que aquilo era apenas sexual, eu não conseguia. Meu fascínio por ela ia além da atração física e se eu fosse bem honesto comigo mesmo, estaria apavorado com isso. Apesar de não gostar, preciso manter Jaime no escuro por mais um tempo. Antes de contar qualquer coisa eu precisava entender o que estava acontecendo. Não poderia magoá-lo e depois me arrepender. Nossa amizade estaria estremecida para sempre.

Deixei Jaime falando sozinho e resolvi continuar no Copacabana Palace. Não tinha cabeça para um embate com Jaime hoje.

Acabei estragando tudo com a Catarina! Tinha a impressão de que a cada passo dado no caminho certo eu dava dois para trás. Não conseguia suportar a ideia de que ela estivesse decepcionada comigo, apesar de saber que ela estava chateada. E com razão!

Acabei encenando o personagem que todos esperam de mim, o jogador playboy que não quer nada sério na vida. Para os dois, eu estava apenas provocando-a. Nem mesmo Jaime havia conseguido me entender dessa vez e eu não sabia como contar a ele de que precisava estar perto de Catarina, pois andava me sentindo perdido longe dela. Eu estava perdido!

Liguei para Catarina e fui ignorado. Fiquei revoltado e saí a sua procura igual um louco. Após alguns segundos, precisei respirar fundo e pensar no que estava fazendo.

Ela tinha me deixado alucinado!

Finalmente, eu estava respirando aliviado. Eu a encontrei e não consegui me controlar ao ver um par de mãos deliciando-se com o seu corpo.

Isso era inadmissível! Eu sou Henrique Soares! Eu sou o melhor! Só eu poderia fazer isso.

Socar o homem foi um deleite. Eu era capaz de matá-lo só por saber que ele tocava onde eu mais ansiava.

— Você sabe em quantos bares na orla de Copacabana eu tive que entrar para te procurar? — grito, sem me importar. Catarina tinha me tirado do sério.

Ela me ignora, sentada no banco do carona, olhando para outro lado.

— Catarina!

Ela me olha. Linda. Linda demais. Seu rosto tinha um leve rubor, que a deixava ainda mais perfeita, mas sua expressão deixava claro que não era só eu que estava com raiva aqui.

Meu coração batia tão forte que eu conseguia perfeitamente compará-lo a uma sensação de gol na decisão de campeonato.

Ela estava aqui, ao meu lado. Segura. Tenho os seus olhos só para mim. Ela era só minha. Isso bastava por enquanto.

— Por que desligou o celular?

— Hum? — ela finge não me ouvir.

— Você está bêbada?