Capítulo 41 - CATARINA

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"Quando encontrar alguém e essa pessoa for o responsável pelo seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção, minha filha. Ele será a pessoa mais importante da sua vida."

A voz da mamãe ecoa na minha cabeça. Ela definia o seu amor pelo meu pai dessa forma. Único. E era mesmo.

Eu já tinha a pessoa mais importante da minha vida: a Ana. Mas sabia decifrar exatamente o que ela queria dizer. Eu só inverti as ordens das coisas. Tive uma filha para depois achar a pessoa que pararia o meu coração.

Eu tinha o exemplo de casal feliz dentro de casa e mesmo assim não tive sorte com meus relacionamentos. Comecei a achar que o problema era comigo. Nenhum me agradava, nenhum fazia o meu coração parar até ele chegar. Até Henrique aparecer na minha vida de paraquedas, fazendo minhas estruturas balançarem. Fazendo meu coração entrar em pane.

Agora posso dizer, que só quem vive uma paixão sabe o quanto esse sentimento é extraordinário.

Fico observando Henrique ao meu lado. Seu sono é sereno. Ele passa a ser uma das pessoas mais importantes da minha vida.

O medo de estar entrando em uma furada já não me deixa atordoada. Henrique havia me dado provas suficientes de que gostava de mim.

Minutos depois ele abre os olhos e sorri lindamente.

— Bom dia — digo.

— Meu Deus do céu...

— O que foi?

— Essa é a visão mais linda do mundo.

Sorrio envergonhada. Eu devo estar toda descabelada e com a maquiagem borrada. Tento ajeitar o cabelo.

— Você está linda, Catarina.

— São seus olhos — brinco.

— Uma pena não ser só os meus que veem isso.

— Como assim?

— Você não reparou os olhares para você na festa? Quase soquei um por um — diz, acariciando meu rosto.

— Para de ser ciumento. Eu nem reparei. Estava ocupada demais estando puta da vida com um certo jogadorzinho.

— Sei, sei... esse jogadorzinho, por acaso, está perdoado?

— Esse jogadorzinho tem dúvidas depois dessa noite?

Ele sorri e me abraça.

— Você nasceu para ser minha, sabia?

Nego com a cabeça.

— Ah, não sabia?

Ele faz cócegas na minha barriga e eu gargalho alto, em meio a beijos e carícias.

— Está com fome?

— Um pouco.

— Vou preparar alguma coisa — fala, saindo da cama.

— Eu vou com você. — Levanto rapidamente e coloco sua blusa de linho branco que estava caída no chão.

— Não levanta nua assim perto de mim, Catarina.

— Senão...

— Senão vou te obrigar a voltar para essa cama!

Coloco a minha mão na dele e na ponta do pé, beijo a ponta do seu nariz. A sensação de conforto e intimidade é mútua.

Ele beija minha boca suavemente.

— Vamos para a cozinha logo, antes que eu faça você morrer de fome nessa cama.

TUDO OU NADAWhere stories live. Discover now