Capítulo 20 - HENRIQUE SOARES

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Quase todos os problemas em que me meti aconteceram porque eu agia sem pensar. E eu me importava? Não! Detesto a ideia de seguir as regras apenas para agradar os outros enquanto fico infeliz com a decisão.

Gosto de viver o hoje. A vida é extremamente curta e eu precisava vivê-la da melhor forma possível. Esse era um lema bem forte em todas as ocasiões.

Catarina não era um problema, tirando o fato de que suas fotos me transformaram em algo cômico nas redes sociais. Ela estava mexendo comigo de uma forma diferente. Pela primeira vez na vida eu me sentia assustado por conta de uma mulher. Queria entender e resolver logo tudo o que estava acontecendo. Precisava eliminar a barreira entre nós. Queria o meu corpo sobre o dela, sentir sua maciez e calor.

Não falei nenhuma bobagem. Se eu pudesse, eu teria trepado com ela naquela mesa, ou a agarrado naquele restaurante, a carregado em cima dos ombros enquanto dava um tchauzinho para o Jaime e para a... a...

Ah, não lembro o nome dela! E a levaria para um lugar onde somente eu pudesse contemplá-la, depois disso eu estaria livre. Não suporto a ideia de não ter conseguido sentir o seu gosto. O que essa mulher está fazendo comigo?

Soava ridículo, até para mim, mas eu estava perdido. Perdido em sentimentos tão desconhecidos.

Já havia acontecido de eu olhar uma modelo, uma mulher requintada e poderosa ou alguma gostosa extremamente sexy e ir atrás apenas para suprir o ego, mas ela não tinha nenhum desses atributos. Sua sensualidade ficava camuflada através da sua audácia e do seu rosto incrivelmente desenhado. Sua forma de agir, como se não esperasse nada da vida, me intrigava. Acho que me remetia a um passado distante.

Fecho os meus olhos e ainda consigo sentir a sua pele em minha mão. Ela queria me beijar, ela estava tão excitada quanto eu. Eu sei que ela me queria, mas não sei o que se passa na cabeça daquela mulher para me esnobar. Todas querem me beijar!

Fico repetindo isso até o meu cérebro parar de ficar me azucrinando com o fato dela preferir Jaime. Ela o beijou. Ele sentiu seus lábios, sua língua na dela Ele a levou para jantar e teve seu olhar direcionado para ela por mais tempo do que a mantive em mim. Porra!

Não estava adiantando. Eu ficaria me torturando.

Deito pela terceira vez na minha cama, sem conseguir pregar o olho. Mesmo estando com essa sensação de frustração, a noite saiu como eu havia planejado. Jaime também não avançou.

Jaime. Ele também estava encantado por aquela pequena mulher marrenta de cabelos castanhos. Marrenta só para mim, né? Para ele, Catarina mostrava toda a sua doçura.

Relembro o final da noite. Eu dizendo ao Jaime que precisava de uma carona, pois havia ido sem carro. Sua fisionomia era de raiva, dizendo para eu pegar um táxi e toda a minha artimanha para que isso não acontecesse. Eu e a morena acompanhamos os dois até Duque de Caxias, onde eu presenciei o beijinho que Catarina deu no rosto dele antes de sair e agradecer a noite. Quase vibrei nesse momento. Em seguida, dispensei a morena, deixando-a na sua casa e tive que lidar com o confronto de Jaime resolveu criar.

Pare de bancar o investigador! Ela não vai te ferrar! Está sendo ridículo, Henrique! Você a está perseguindo! Ela já disse que não vai divulgar as fotos! Eu gosto dela, quer parar de ferrar a minha vida?

Essa última frase deveria me fazer parar de pensar nela. Mas como? Eu passei os malditos dias pensando nela. Isso só pode ser por causa do meu medo de ver aquelas fotos divulgadas. Só pode.

Se fosse uma jornalista qualquer eu teria ido atrás? Teria ficado de tocaia na porta da sua casa? Eu já estava nas mídias por esse motivo. O que era um peido para quem já estava cagado? Essa expressão tosca se aplica corretamente para essa questão.

Não. Eu não iria me sujeitar a isso. Eu teria mandado outra pessoa, provavelmente um advogado, para oferecer dinheiro em troca das fotos e a assinatura em um acordo de confidencialidade. Já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha passado por essa situação.

Mas com ela alguma coisa me fez agir. Desde aquele dia em que fui pego na cama, preso, parece que fui abduzido e alguma parte do meu senso foi excluída do meu cérebro e a lavagem cerebral de que precisava tocá-la e ter meus olhos vidrados nela estava me chocando.

Percebi que seu olhar parecia ver além do que os olhos comuns poderiam. Era como se ela realmente me visse, não o famoso jogador de futebol, mas o Henrique. Eu estava me sentindo confuso. Catarina pediu para eu me manter distante, embora não seria possível.

Precisava sentir os seus lábios. Tocar novamente em seu rosto, nos seus cabelos e nas partes onde eu mais ansiava. Precisava ter ela por completo.

Decidi que iria colocar todo o meu time em campo e entregar o jogo não era opção.

Era tarde demais para eu desistir e sair de campo com a cabeça baixa. A partir de agora seria tudo ou nada.

O meu problema agora era tinha nome: Jaime.


TUDO OU NADAWhere stories live. Discover now