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SANTOS 💣
part 2

Desci direto pro postinho, passei na moça da recepção e nem precisei perguntar, ela já foi apontando na direção que ele tava.
Apareci na primeira porta, o doutor me viu e saiu antes que eu conseguisse entrar.

Santos: O que tá pegando? - Parei na frente dele.

- Eu acabei de terminar de dar os pontos nele, agora ele está anestesiado, mas já já irá acordar. - Respirei fundo sorrindo de leve, meu mano era foda, conseguia aguentar qualquer coisa.

Santos: Qual é o teu nome?

- Carlos.

Santos: Beleza doutor Carlos, valeu pela ajuda aí, e pode deixar que você vai receber uma recompensa por isso. - Dei dois tapinhas no ombro dele.

Carlos: Obrigada! - Sorriu levemente com um brilho no olhar.

Santos: Bom trabalho pro senhor. - Desejei e saí de lá, desci mais uma vez pra boca principal.

Agora já eram quase três horas (15h) , os caras não tiveram nem a decência de esperar ficar um pouco mais tarde, morador nem terminou de tirar o cochilo da tarde e já teve que acordar com pipoco no pé do ouvido, é brincadeira.

Santos: O quê que tem pra nois aí. - Perguntei assim que subi.

JP: O caras já tão fazendo a limpa pelas ruas, perdemos mais ou menos uns 5 homens hoje tirando mais uns 3 moradores.

Santos: E já acionaram as famílias?

JP: Já, alguns pediram a funerária pra levar.

Santos: Beleza, dá uma assistência no funeral.

Sempre depois de alguma invasão, a gente tinha que tá sempre resolvendo essas coisas, dando assistência pra família e tudo mais, isso deixa um clima pesado da porra. As vezes, parceiro próximo a nós também acaba morrendo e aí é pior, hoje ainda foram poucos, mas ainda são vidas tiradas. O foda é que morador que não tem nada haver com esses conflitos, acabam sendo levados também, e aqueles que não tem família, nós que patrocina o enterro.

JP tinha saído pra resolver um bagulho que eu tinha pedido pra ele, mas logo voltou todo afobado.

JP: Ae Santos! - Virei e acenei pra ele dar continuidade. - Peixe mandou avisar que acabaram de pegar o Gavião, eles estão lá na salinha com ele.

Santos: Já tô subindo. - Botei a minha pistola na cintura junto com o meu rádio e joguei a blusa no ombro. Peguei a moto e subi.

A salinha ficava no alto do morro, era uma casa que parecia estar abandonada com um portão pesado, então ninguém de fora conseguia saber pra que era usada além da gente que morava aqui.

Cheguei e avistei dois manos na frente de vigia e o portão pequeno tava aberto, passei direto e fui entrando vendo o filha da puta amarrado no chão sangrando.

Santos: Qual foi dessa fita? - Perguntei encarando o Gavião.

Peixe: Ele subiu e disse que ia trocar com o Branquinho, mas eu não deixei, já que o você tinha me pedido pra ficar de olho nele, ele insistiu e eu deixei, mas coloquei o Branquinho junto com ele pra ficar de olho. Quando eu tava lá fora conversando com os cara sobre a invasão de hoje, o portão bateu e quando a gente conseguiu abrir, ele tinha soltado o Rato mas foi deixado pra trás, Branquinho conseguiu segurar ele, mas levou uma facada no braço, pra compensar demos 3 facadas nele. - Ouvi tudo com atenção enquanto continuava encarando o cara na minha frente. - A gente tentou pegar o Rato, mas ele tava armado e começou a atirar, tinha risco de perder mais pessoas então voltamos pra ajudar o mano.

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