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MARIA LUISA 🌪️

Hoje havia sido um domingo tradicional, como combinado, fomos à praia e foi bom me distrair um pouco com a minha família. Na viagem de volta pra casa, almoçamos em um restaurante com direito a sobremesa, me senti uma criança.

Voltamos para casa e eu tomei o meu banho, passei o restinho de tarde com os meus pais e depois me despedi deles voltando para a minha casa de carona com o senhor Augusto, vulgo o meu pai.

Quando cheguei no condomínio, peguei o elevador e subi até o andar da Camilla, parei na porta dela e chamei ela para subir lá pra casa.

Camilla: Eu não te vi desde a festa da Duda, tava quase surtando. - Sorri fraco. - O Thiago (batman) te deu carona né?

Luisa: Deu sim. - Me sentei no sofá junto a ela.

Camilla: Ele te levou pra algum lugar? Vocês chegaram a ficar? - Desviei o olhar mexendo nas minhas unhas. - Ficaram?!

Luisa: Sim! - Ela deu um gritinho.

Camilla: Eu sabia que você ia gostar dele! Me conta tu-do. - Revirei os olhos. Flashbacks da nossa madrugada juntos vieram na minha cabeça e eu não pude deixar de escapar um minúsculo sorriso.

Luisa: Ele me levou para uma casa de praia, madrugamos o dia lá, por isso voltei hoje.

Camilla: Você tirou alguma foto? - Neguei.

Luisa: Eu simplesmente tive a capacidade de perder o meu telefone. - Ela abriu a boca, igual a minha mãe.

Camilla: Como assim!!

Luisa: Olhei na minha bolsa e ele não estava mais lá, falei pro Thiago e ele disse que ia olhar direitinho pra ver se achava. - Tentei ser convincente.

Camilla: Tomara que ache né, perder celular é foda. - Assenti enquanto formava uma linha nos lábios.

Luisa: Mas e você e o outro lá? Foram embora juntos e tudo! - Sorri safada pra
ela.

Camilla: Foi legal, o sexo foi ótimo. - Foi específica.

Luisa: Como era? - Gesticulei e ela rapidamente esticou as mãos. Fiquei boquiaberta quando ela mostrou o tamanho e acabamos rindo. - Caralho amiga, você é guerreira.

Camilla: Lutei a minha guerra com muito prazer! - Isso era o tipo de trocadilho sem graça que só a gente ria. - E você, diz aí.

Luisa: Pelo o que eu senti... - Gesticulei. Ela abriu a boca e nós duas rimos.

Camilla: Não é atoa que os dois são amigos!

Acho que essa é a melhor parte de ficar  com alguém, quando você senta e começa a fofocar com a sua amiga sobre a experiência. Da até vontade de viver mais coisas.

Ficamos conversando mais um pouco, até que ela teve que ir embora. Disse que tinha que organizar algumas coisas da faculdade, nos despedimos e eu subi para a cozinha. Tinha saído da casa da minha mãe sem jantar e estava morrendo de desejo de fazer o meu delicioso macarrão
com atum.

Abri os armários e fui catando os ingredientes, macarrão, azeite, alho, cebola, tomate... quando chegou no atum, eu fiquei pasma, tinha acabado. Ou seja, ia ter que ir no mercadinho aqui perto.
Resmunguei uns quinze palavrões e até repensei se valia a pena, mas no fim eu fui.

Estava de short e cropped com um dinheirinho no bolso. Durante o caminho, me bateu um pressentimento ruim, como se me dissesse que não deveria ter saído de casa. Ignorei e continuei seguindo, logo a frente avistei a conveniência e entrei em busca de atum ralado, comprei e sai voltando para a minha casa.

Eu estava andando em passos largos como  fazia normalmente, mas agora, estava com uma sensação de ter alguém atrás de mim. Olhei para trás diversas vezes, mas não via ninguém. Pensei ser coisa da minha cabeça, virei na minha rua e esbarrei em alguém, me desculpei mas estava com tanta pressa que não olhei para trás.

Apenas senti meu braço sendo segurado e puxado com força, gritei mas logo em seguida uma mão cobriu a minha boca. Não consigo me lembrar nem a última coisa que eu vi, só de ter segurado a sacola com o atum com força.

•••

Nosso Mundo Where stories live. Discover now