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BATMAN

Duda: Essa é da boa. - Fez uma careta tossindo.

Santos: Só entrego produtos de qualidade. - Pegou da mão dela. 

Estávamos sentados na areia vendo o por do sol enquanto fumávamos um.

Luisa: Isso me lembra de quando vimos o nascer do sol juntos. - Sussurrou no meu ouvido.

Desci o meu olhar para ela que sorriu toda inocente, mas dava pra ver a maldade no olhar. Os olhos dela ficavam com um brilho cor de mel com a luz que batia, deixando ela ainda mais gata.

Batman: Tava pensando na mesma coisa. - Ela se aproximou e me deu um selinho rápido.

Luisa: Vou pegar uma cerveja, vai querer? - Neguei. - E vocês, vão querer cerveja? - Depois do pessoal responder, saiu. Acompanhei ela com o olhar tendo a visão da sua bunda grande, até ela se aproximar de uma barraquinha.

Desviei o olhar e voltei a encarar o sol indo embora. Nunca me imaginei sentado aqui na barra vendo o por do sol com uma loira patricinha do meu lado, não achava que isso era possível. O destino é engraçado, parece que quer fazer a gente pagar com a língua.

Santos estava sentado entre a Duda e Camilla, os três riam e conversavam descontraídos.

Voltei o meu olhar para a Luisa, observando ela de longe vendo que ela estava prestes a sair quando o playboyzinho se aproximou dela. Continuei observando pra ver até onde dava essa conversa entre eles dois, de longe dava pra perceber que a loirinha nem tava rendendo direito e ia se afastando aos poucos mas ele continua se aproximando.

Ela virou pra ir embora e ele segurou ela, foi a gota d'água. Levantei rápido e fui pisando fundo na areia até eles dois. Porque esse filha da puta não foi embora? Tinha que ficar pra perturbar a minha paz.

Batman: Qual foi maluco?! - Questionei empurrando ele assim que cheguei perto.

Ouvi a Luisa chamar o meu nome mas nem tava mais ligando pra nada.

– Ae cara, meu assunto é com ela. - Neguei já sem paciência.

Batman: Você não tem nada pra falar com ela, irmão! - Antes dele retrucar, atingi ele com um soco. Ouvi um grito fino e sabia de quem era.

Ele cambaleou pra trás com a força e acabou caindo no chão. Fui pra cima dele sem nem esperar ele levantar e fui dando sequência de socos.

Minha atenção estava toda voltada pra ele, nada e nem ninguém mais importava, única coisa que eu conseguia pensar era que eu ia matar esse cara aqui mesmo.

Só parei quando senti mãos me puxando de cima do playboyzinho e percebi que ele estava desacordado.

Me virei e vi o Santos me puxando pra longe, a Luisa me olhando com cara de choro, a Duda e Camilla assustadas segurando ela e várias pessoas ao redor.

Santos: Vamos vazar cara. - Ele repetia.

Batman: Luisa! - Chamei, mas as meninas estavam na frente dela então eu não conseguia ver.

Santos: Depois você fala com ela, a gente tem que vazar antes que os caras apareçam aqui. - Assenti e me virei indo até o lugar onde a minha moto tava.

Luisa: Batman. - Me virei rápido.

Batman: Você tá bem? - Me aproximei tocando no seu braço, mas ela se afastou.

Luisa: Porque você fez aquilo? O que se passou na sua cabeça?! - Perguntou com a voz trêmula. Franzi a testa.

Batman: Ele tava te perturbando! - Respondi indignado com a sua reação.

Luisa: É, e agora tá deitado no chão desacordado entre a vida e a morte! - Respondeu alto.

Batman: Eu deveria ter batido mais! - Falei no mesmo tom.

Luisa: E VOCÊ NÃO ACHOU QUE ISSO IA FICAR RUIM PRA VOCÊ?! - Gesticulou frustrada.

Batman: MAS EU FIZ POR VOCÊ! - Respondi fazendo ela recuar um pouco.

Luisa: MAS EU NÃO TE PEDI PRA FAZER ISSO! - Parei. - Eu não sei se de onde você vem as coisas se resolvem dessa forma, mas no meu mundo as coisas se resolvem na base da conversa!

Batman: No seu mundo? - Ri pelo nariz desacreditado.

Passei a mão na cabeça e dei as costas subindo em cima da moto colocando o capacete. Balancei a cabeça pro Santos chamando ele e sai na frente. Sem falar nada, sem olhar na sua cara.

Por isso eu não faço porra nenhuma por ninguém! Fui lá defender ela e ainda veio me tirar como errado!

E ainda veio falar na minha cara que eu era um favelado que não fazia parte do mundinho rico dela. Disso eu já sabia, mas não era obrigado a ouvir isso saindo da boca de uma patricinha mimada.

Não vou dizer que não esperava isso dela, por que eu já esperava.

Até porque, o que podemos esperar receber de uma pessoa que nunca nem tinha pisado em um favela antes?

Na verdade, eu não espero receber nada de ninguém, assim evito decepções.

Durante o caminho vi uma viatura passar por mim na direção contrária, acelerei mais ainda chegando no morro. Cheguei em casa e subi pro meu quarto abrindo uma gaveta e pegando um pacotinho. Bolei e me sentei na varanda pra ver se dava uma aliviada no estresse.

O que mais me deixava puto, é que a mina tinha sido corna e perdeu um churrasco chorando por causa dele pra no final, ainda defender o desgraçado. Se eu soubesse que ela queria voltar, teria deixado ele lá no pé dela.

Abri o meu celular e mandei mensagem dos Raissa perguntando se ela tava em casa, esperei ela responder enquanto terminava de fumar. Quando sua mensagem chegou, levantei descendo e pegando a chave da moto, saindo de casa.

Nada melhor do que uma transa pra aliviar o estresse. Mais tarde ia ter baile, então era mais uma oportunidade de beber e esquecer tudo.

•••

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