12

11.5K 485 12
                                    

MARIA LUISA 🌪️

Fomos o caminho inteiro em silêncio, acredito que as duas tinham os mesmos pensamentos, mas de formas diferentes. Em um determinado trecho, ela segurou a minha mão que estava repousada na minha coxa, eu estava agoniada e ansiosa, seu apoio sem ao menos usar palavras, me ajudou muito.

Quando chegamos em frente ao meu prédio, eu respirei fundo antes de sair do carro, e olhei para a Duda ainda ali dentro.

Luisa: Se você souber de alguma coisa dele, se ele tá bem... me avisa?

Duda: Eu vou, pode ter certeza. - Eu assenti e abracei ela, me despedindo.

Desci do carro e entrei no condomínio, subi até o meu apartamento e me virei para pegar a minha bolsa, coloquei as mãos no rosto me segurando para não chorar. Que merda! A minha bolsa com meu celular, cartão... e tudo tinha ficado lá.

Respirei fundo e desci pegando uma chave reserva com o porteiro, subi novamente e finalmente entrei no apartamento. Meu desejo era se jogar no meu sofá e dormir por longas horas, porém eu precisava de um banho bem quente, que lavasse a minha alma e tirasse toda a energia negativa que me atingiu hoje.

Tirei toda a minha roupa e entrei debaixo da água quente, que atingiu a minha pele me acalmando. Passei todos os meus produtinhos para banho, como esfoliantes corporais até produtos para limpeza de pele facial e lavei os meus cabelos.

Quando terminei o meu banho, me sequei e enrolei uma toalha no meu cabelo, estava com preguiça de secar. Liguei o ar e fechei as cortinas do meu quarto, o sol estava brilhando forte lá fora, se fosse mais um dia normal, eu teria descido para tomar sol na área da piscina.

Me deitei apenas de calcinha e deixei com que todos os meus pensamentos me invadissem. Já podia imaginar as várias mensagens da minha mãe perguntando se eu iria na casa dela hoje, minhas amigas e amigos me chamando para sair para algum lugar mais tarde, a Camilla preocupada... e como Batman estava. Quando aquele médico chegou, ele já havia perdido muito sangue e era um milagre ainda estar vivo! Eu não sei se isso já aconteceu alguma outra vez com ele, mas posso imaginar que pela cara do amigo dele, nunca chegou a ser tão sério daquela forma.

Quando eu vi toda aquela situação passar por diante dos meus olhos, só conseguia pensar em querer ir embora e nunca mais voltar. Aquela vida, a agitação e a incerteza não eram pra mim. Nunca precisei me preocupar se alguém próximo iria levar um tiro, ou algo desse nível.

Saber se ele ainda está vivo, serve mais como um alívio, para que eu possa viver a minha vida em paz. Espero que a minha próxima semana, e o resto do meu fim de semana, sejam completamente tranquilos e longe de favelas e desse tipo de gente.

Com esses pensamentos na minha cabeça, eu peguei no sono.

[...]

Acordei completamente assustada, minha respiração estava ofegante e os meus batimentos acelerados. Eu havia sonha com ele. O quarto já estava escuro, bati os dedos na cabeceira da cama em busca do meu celular, mas bufei quando não encontrei.

Me levantei desesperada e fui direto acender a luz, confesso que eu ainda tinha um medinho de escuro, mas triplicava toda vez que eu acordava no meio da noite após sonhos estranhos e depois de assistir a um filme de terror.

Parece que quando você mora sozinha,
o medo aumenta, já que você não tem mais o conforto de saber que os seus pais vão estar no quarto ao lado. Qualquer barulhinho, já é motivo para se trancar no quarto e só sair no dia seguinte.

Com esse pensamento, decidi que hoje, pena minha sanidade mental, eu iria dormir na casa dos meus pais. Amanhã de noite eu voltaria pra cá com um celular novo.

Nosso Mundo Where stories live. Discover now