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MARIA LUISA 🌪️

Duda: Eu acho que vocês deveriam se assumir logo. - Falou enquanto escolhia qual biquíni ela iria colocar.

Camilla: Verdade, você nem me contou mais nada sobre ele, mas agora eu super acho que vocês combinam! - Empurrou o meu ombro de leve enquanto falava animada.

Luisa: Não da pra ficar criando esperança, as vezes isso nem vai dar em nada. - Respondi encarando o chão. Não era exatamente isso que eu queria dizer, mas também não podia sair gritando para o mundo que eu queria ter algo sério com o Batman.

Não queria admitir que o meu coração de gelo, estava derretendo e querendo dar brecha para que um novo cara entre nele. Batman aparentava ser aquele tipo de cara que te da o mundo, só pra no final dizer que não quer nada sério e te chama de emocionada.

Então para não correr o risco de me magoar ou acabar sendo corna novamente, prefiro não colocar tanta esperança em algo que eu não tenho certeza.

Camilla: Para com isso amiga, vai dar tudo certo!

Duda: Olha, de uma coisa eu tenho certeza, ele nunca sairia da casa dele pra fazer essa boiolice de ir olhar o mar contigo se não estivesse interessado. - Se virou para mim gesticulando.

Luisa: Boiolice? - Foi a única parte que me chamou a atenção.

Camilla: Pra mim isso é pretexto pra te ver, o seu chá deve ter sido bom. - Soltamos uma risada.

Luisa: Mudando o assunto, já decidiu o que vai vestir Eduarda? - Ela revirou os olhos.

Duda: Sim, vou por o biquíni laranja junto com a saia preta. - Foi mostrando.

Hoje era sábado e ontem a noite, a Duda tinha mandado mensagem pra geral chamando pra vir aqui pra casa dele porque ela faria um churrasco, já que a mãe dela iria passar esse fim de semana fora. Todo mundo animou e agora são 13h da tarde e o Santos e o Batman estão lá embaixo junto com um pessoal ajeitando as coisas na churrasqueira, enquanto eu e as meninas estamos aqui em cima esperando a anfitriã escolher o biquíni que ela vai usar, enquanto damos uma fofocada.

Eu estava com um biquíni biquíni azul e usava uma calça de crochê branca. Depois de um tempinho lá em cima descemos e fomos para perto da churrasqueira.

Duda: Já tem carne? - Perguntou dando uma olhada na churrasqueira.

Batman: Ta vendo alguma carne cortada aqui? - Bateu na cabeça dela.

Duda: Vocês não sabem nem assar uma carne! - Reclamou e tomou o o garfo de churrasco da mão do Santos.

Luisa: Cuidado pra não se quim- Após a minha fala um pouco do sangue da carne respingou na Duda. Ela gritou e o Santos pegou o talher da mão dela rápido, a risada alta do Batman ecoou mais alto que o barulho da música.

Batman: Vai, afobada. - Fez uma pausa para falar e voltou a rir.

Coloquei a mão na boca segurando o riso e perguntei se ela estava bem, puxando ela para a cozinha junto com a Camilla, para fazermos uma farofa e vinagre. Algo para manter ela longe da churrasqueira.

A campainha tocou e eu fui atender, já que as outras meninas estavam ocupadas. Ao abrir a porta me deparei com ele, meu coração disparou e as minhas pernas bambearam.

Leo: Oi - Não falei nada, apenas dei espaço para ele passar. - Não vai mais falar comigo?

Luisa: A gente tem alguma coisa para falar? - Questionei fechando a porta.

Leo: Talvez, já que a gente mal conversou depois de tudo. - Levantei uma sobrancelha.

Luisa: Depois de você ter me traído? Não tinha mais o que falar, eu fui corna, é isso. E já faz muito tempo, pra você resolver falar sobre isso agora. - Cruzei os braços impressionada com tamanha cara de pau.

Leo: Não fala assim, Lu... - Chegou perto colocando as mãos no meu cotovelo.

Luisa: Prefiro que me chame de Luisa. - Empurrei ele fazendo uma careta. - E, se eu soubesse que você estaria aqui hoje nem teria vindo, assim evitava estresse da minha parte. - Ele passou a mão na nuca frustrado por sabe que de mim ele não iria conseguir mais nada. - Acho melhor cada um ficar no seu canto. Não temos mais nada para conversar.

Batman: Oh Luisa! - Gritou e apareceu no corredor, ficando em silêncio e depois vindo até mim.

Leo: Ele... - Ouvi o seu sussurro. - Quem é ele? - Perguntou abaixando o seu olhar para mim.

Luisa: Não é da sua conta. - Andei na direção do Batman. - O que foi? - Perguntei quando cheguei perto.

Batman: Nada não, ia perguntar se já tava pronto os bagulhos. - Me respondeu mas sem olhar pra mim, ele olhava para o Leonardo.

Luisa: Acho que sim, vamos lá ver. - Empurrei a sua cintura levemente, percebendo a tensão que havia se formado no ambiente. - Vamos. - Chamei de novo. Ele assentiu devagar e desviou o olhar, finalmente olhando nos meus olhos.

Saímos da li e a única coisa que eu queria fazer era puxar a Camilla para um canto e desabafar enquanto chorava. É impressionante como estamos bem e saudáveis, até uma pessoa que já fez muito mau para nós reaparecer. Isso só serve para confirmar que não superamos de verdade, só aprendemos a manipular a
dor.

Para mim, o Leonardo era um dos caras mais incríveis que eu já havia conhecido. Meu primeiro namoradinho... Hoje em dia só sinto nojo e desprezo, só eu sei o que ele me fez passar. Na época, eu acreditava que a dor física e emocional nunca iriam passar, e sinto elas até hoje,
apenas para me confirmar o quão traumatizada eu fiquei.

Batman: Qual foi daquele cara? - Perguntou baixo quando chegamos na cozinha. 

Luisa: Uma pessoa do meu passado. - Não estava afim de falar sobre isso agora. - Acho que as meninas já levaram a farofa e vinagrete lá pra fora. Eu vou no banheiro, guarda uma carne pra mim. - Falei rápido não dando tempo para que ele respondesse e sai de lá indo subindo para o quarto da Duda.

Não ia passar o churrasco inteiro aqui em cima, não ia dar esse prazer a ele, só precisava respirar um pouco sem barulho ou pessoas falando comigo ao meu redor. Abri a porta, fechei e me deitei na cama de costas para a porta. Foi involuntário, quando eu senti algo molhado escorrendo pela minha bochecha e o meu nariz molhado, sabia que não ia conseguir segurar mais.

Depois de um tempo chorando, pude ouvir a porta sendo aberta, fechei os olhos e fingi dormir para quem fosse, não incomodar. A cama afundou avisando que alguém estava deitando nela, senti um perfume doce e um braço rodeou a minha cintura enquanto o seu rosto se encaixava na dobra do meu pescoço.

Camilla: Eu sei que você está acordada e sei o motivo pelo qual você está triste, mas saiba que eu estou aqui agora, pode chorar a vontade. - Sussurrou.

Nos estantes seguintes, Camilla ficou em silêncio acariciando a minha cabeça enquanto me ouvia chorar.

•••

Nosso Mundo Where stories live. Discover now