EPÍLOGO

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MARIA LUISA

Dia 23 de julho, sendo mais específica, o dia do meu aniversário.

Já havia se passado um tempo desde o último conflito. Retirei os meus pontos e no local, sobrou apenas uma cicatriz de recordação.

Por alguma razão, toda vez que eu olhava para ela, não sentia algo ruim ou achava que era algum tipo de castigo divino para me fazer lembrar de tudo o que passei quando a olhasse. Pelo contrário, me sentia cada vez mais forte ao me lembrar de tudo o que passei para estar aqui hoje, reunida com a minha família.

Minha verdadeira família.

Levantei da cama em um pulo, arregalando os olhos enquanto o meu coração batia forte em meu peito.

Corri para o banheiro, ajoelhando na frente do vaso enquanto abria a tampa, antes mesmo que estivesse totalmente aberta, o vômito saiu pela minha boca.

Vomitei até que os meus olhos lacrimejassem e me faltasse oxigênio. Por um instante, pensei que ia morrer naquele banheiro.

Luisa: Jesus! - murmurei, sentando no chão frio.

Depois de alguns instantes tentando me recuperar, contei até três mentalmente e me levantei, dando descarga. Com uma carranca em meu rosto, fui até a pia, passando uma água fria para acordar enquanto pegava a escova para tirar todo o mau hálito.

Eu odiava vomitar.

Normalmente isso só acontecia quando estava com algum tipo de virose, e como isso vem acontecendo a alguns dias, acho que posso confirmar.

Acho que teria que ir até o postinho daqui do morro mais tarde pra tomar um soro.

Enquanto terminava de escovar os dentes, pude ouvir o choro do Theo.

Arregalei os olhos e terminei correndo, me apressando para chegar em seu quarto logo.

Luisa: Bom dia, Theo - sussurrei, o pegando em meus braços enquanto o pequeno esperneava.

Enquanto o balançava levemente na tentativa de o acalmar, segui para o andar de baixo, indo atrás da sua mamadeira. Como o Murilo acordava mais cedo, ele deixava pronta dentro do microondas ou muitas vezes, ele mesmo dava a mamadeira. Tudo dependia do dia.

Desci as escadas arrumando a fralda em meu ombro. Abri o microondas não encontrando nada ali dentro. Franzi a testa, bufando logo em seguida.

Luisa: O seu pai é um vacilão. - olhei para o Theo que estava mais calmo depois que ajeitei a chupeta em sua boca.

O mesmo me olhou inocente, sua mãozinha pequena agarrando a fralda. Os seus olhinhos castanhos me olhavam brilhando devido ao choro, deixando o seu nariz vermelho.

Abri a geladeira, pegando uma mamadeira e colocando para esquentar.

Luisa: Aguenta só um pouquinho... Será que você já fez cocô? - mudei ele de posição em meus braços, ouvindo um grunhido seu em resposta. Puxei a parte de trás da sua fralda, fazendo uma careta ao notar que já havia um presentinho ali. - Eita.

O resto da minha manhã se resumiu a cuidar do Theodoro. Troquei a sua fralda, dei banho e o alimentei, colocando ele para brincar no tapete de atividades. Quando finalmente consegui, tomei um banho rápido e fui tomar o meu café enquanto via se tinha alguma mensagem do Batman em meu celular, mas estranhei ao não achar nenhuma.

Mandei uma mensagem perguntando que horas ele viria pra casa hoje e nem chegou a enviar, ficando apenas um tracinho.

Em seguida, mandei uma mensagem para a moça que ficava com o Theo, perguntando se ela poderia vir aqui hoje apenas por algumas horas. Quando ela disse que sim, suspirei aliviada.

Nosso Mundo Where stories live. Discover now