54

5.1K 237 14
                                    

BATMAN

Qual vai ser o nome dele?

Levantei a cabeça para a médica à minha frente, a olhando por alguns segundos antes de abaixar novamente para encarar o meu filho em meus braços.

Um flashback de uma memória se passou pela minha cabeça.

Batman: Theo. Theodoro Silva. - o nome saiu com certeza de meus lábios.

FLASHBACK

Raissa: Se for menina, quero que seja Larissa.

Estalei a língua no céu da boca, negando.

Batman: Nome de puta. - ela revirou os olhos.

Raissa: Então pode ser Bruna. - deu de ombros. A encarei em silêncio, pensando se tinha gostado ou não. - Você não tem que gostar, só aceitar.

Batman: Tá tirando, filhona? - um sorriso se formou na sua boca.

Raissa: Tá, se for homem...

Batman: Esse pode deixar comigo! - interrompi - Se for homem vai ser Murilo Júnior, aí o vulgo vai ser Morcego! - sorri com orgulho.

Ela me encarou. Sua expressão em total descrença.

Batman: Que foi? Gostou não?

Raissa: Óbvio que não. - respirou fundo, se ajeitando na cadeira da clínica.

Batman: Você não tem que gostar, só aceitar. - usei as suas palavras.

Raissa: Eu andei pesquisando... E achei Theodoro interessante. Aí chamaríamos ele de Theo. - franzi a testa.

Batman: Nome de riquinho.

Raissa: Eu também achei, mas Theodoro significa 'Dádiva de Deus' e acredito que esse bebê seja uma benção na minha vida. - acariciou a sua barriga, abaixando o olhar para encara-lá.

Era como se ela pudesse ver o feto em suas mãos.

Suspirei, cruzando os braços, virando o meu corpo totalmente para frente.

•••

Naquele dia, estávamos sentados na clínica esperando para poder realizar a ultrassom. Não costumávamos conversar muito no começo, mas depois de algumas cessões, aquela em específico, passamos a discutir algumas coisas.

A médica a chamou para entrar antes que eu pudesse dizer se concordava ou não com o nome, mas agora, acho que devo isso a ela.

Raissa foi uma filha da puta, mas agora já estava morta, então não adiantava ter ódio de alguém que gerou o meu filho.

Depois de ter levado a Luisa para um hospital particular, liguei para os seus pais avisando onde ela estava, mas não expliquei nada. Sai de lá com a cabeça a mil e subi pro morro. Assim que cheguei já mandaram o papo de que a minha cria
estava viva no postinho.

Nosso Mundo Onde as histórias ganham vida. Descobre agora