55

4.8K 238 8
                                    

BATMAN

Duda: O que aconteceu lá? - sua voz era suave e cautelosa ao perguntar.

Suspirei, me recostando ainda mais no sofá de sua casa. Todas as lembranças vividas dois dias atrás martelando com força em minha mente.

Batman: Ele queria matar ela por vingança, e depois ia me matar - encarei a mesinha de centro na minha frente. - Rato parecia estar com o capeta no corpo, sem resenha.

Vi de relance sua cabeça balançar enquanto ela se mantinha quieta e imóvel ao meu lado.

Duda: Eles não me deixam ver ela. Toda vez que eu vou lá ou ligo, eles falam que ela está descansando.

Virei a cabeça, avistando o seu olhar cabisbaixo enquanto ela brinca com as unhas em cima de seu colo.

Suspirei, abraçando o seu corpo de lado, sua cabeça encostando no meu peito.

Batman: Pode ficar tranquila, Dudinha, já já Luisa vai estar em casa com a gente de novo.

Seu corpo se aconchegou ainda mais ao meu, abraçando o meu tronco de volta.

Duda: Espero que todos vocês voltem inteiros. Não quero ficar com esse sentimento horrível de ansiedade e medo para sempre.

Beijei a sua cabeça, esfregando a mão para cima e para baixo em seu braço, tentando a acalmar.

Tinha vindo aqui na sua casa fazer uma visita depois de ter ficado esses últimos dias sem falar com ela, já que não podia arriscar usar o meu celular, para não correr o risco de ser rastreado. E também trouxe o Theo para que ela pudesse o ver pela primeira vez.

Os polícias e detetives provavelmente estavam no meu calo, já que eu era conhecido por ser o chefe do morro da rocinha, e agora, estava envolvido em uma acusação de agressão domiciliar contra uma patricinha rica da barra.

Por mais que eles apenas soubesse o meu vulgo – Batman –, com uma quantidade certa de dinheiro e um X9 a disposição, qualquer outra informação podia ser descoberta, e eu já estava com problemas demais para lidar.

Namoral, minha vida sempre foi corrida, mas puta que pariu! De uma hora pra outra, tudo triplicou.

Não que eu estivesse tentando culpar a Luisa por isso, apenas estava achando engraçado como pela primeira vez em muitos anos, eu senti que estava realmente vivendo.

Sendo sincero, faria tudo de novo só para ter a chance de ter ela ao meu lado mais uma vez. Ou para sentir o que senti na nossa primeira noite juntos.

Estava bolando um plano com o Santos e o Lobo, apenas nós três. Ainda era muito arriscado meter qualquer um nisso, e eu também não queria nenhum vapor lidando com os meus bagulhos pessoais.

Luisa havia saído do hospital horas mais tarde de ter entrado. Passou a madrugada e foi liberada no fim da tarde do mesmo dia. O médico que pagamos pra passar informações não economizou nos detalhes.

Sabíamos que provavelmente o condomínio dela estaria sendo vigiado depois da sua saída, então simplesmente não poderíamos adentrar a sua casa. Então ainda estávamos vendo a melhor forma de lidar com esse problema sem matar ninguém.

Pequenos grunhidos me tiraram dos meus pensamentos, fazendo com que eu desviasse a minha atenção para a o sofá da frente, onde o meu filho estava deitado.

Ele tinha apenas alguns dias de vida e parecia tão frágil. As vezes, quando acordava no meio da noite para lhe der leite, ficava com medo de o pegar do jeito errado e acabar quebrando algum ossinho.

Nosso Mundo Where stories live. Discover now