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Rhysand

Eu tinha a mesma sensação ruim com Rask que eu tinha com Hybern anos atrás. Um território grande e poderoso no continente. Mas o que queriam? Dessa vez, o que fariam?

E tinha Beron. Ele saiu do controle quando descobriu que Lucien era na verdade filho de Helion. Ele já devia desconfiar, mas quando o Grão-Senhor da Corte de Diurna reconheceu o macho como seu herdeiro e o levou para morar consigo, Beron se descontrolou. Não por amar Lucien e ter que aceitar que ele não era seu filho, mas por seu ego ferido. Toda Prythian saberia da traição da senhora da Corte Outonal, isso quase levou ele a loucura. A mulher nunca mais foi vista em público, nem em sua corte nem fora dela. E depois que a notícia de que Elain estava grávida correu, Beron trancou seu território. Nenhum de seus filhos tinha casado ou mesmo tinha tido filhos para prosseguir com sua linhagem, mas Lucien teria e essa criança seria o Herdeiro da Corte da luz e do conhecimento e não do fogo.

Depois da reunião na Corte dos Pesadelos, nunca mais tivemos notícias de Eris. Se Beron tivesse descoberto, o que poderia ter feito a Eris... eu o odiava, com toda a força e poder que eu tinha, o que ele fez, o que ele deixou que fizessem a Mor. O que ele tentou fazer com Feyre, a prendendo e levando ao pai... mas era uma opção melhor que Beron, era uma opção melhor que seus irmãos. O único que teve a capacidade de tentar ajudar. Se Beron o matasse, então seus outros filhos assumiriam quando ele morresse ou eu o matasse, o que vier primeiro. Os irmãos de Eris me pareciam pior que o próprio pai.

Será que ele estaria aliado com Rask? O que isso poderia trazer para ele? O que? O que Rask poderia ganhar com Beron?

Jogos perigosos estavam sendo travados e eu sabia disso. Por isso procurei Tarquin, Kallias, Thesan e Helion. Os Grão-Senhores das cortes solares sempre foram bons aliados, principalmente Helion e depois da guerra, eu mantinha uma boa relação com Tarquin, ainda mais com o relacionamento de Amren com Varian. E Kallias, bem, eu poderia dizer que nossa relação foi estreitada graças às nossas Grã-Senhoras. Viviane e Feyre se tornaram rapidamente amigas e fazia um tempo que não se viam, saí da Corte Invernal com Viviane me ameaçando que caso não os convidasse para a Queda das Estrelas naquele ano, ela não nos ajudaria com nada e ainda invadiria a Corte Noturna para raptar Feyre a fim de passar um tempo com ela, uma ameaça falsa, claro, mas mesmo que fosse verdadeira eu não me preocuparia, é claro que eu os convidaria, fui descuidado em não fazer isso antes e com mais frequência.

As conversas com todos os Grão-Senhores foram tensas. Ainda tínhamos marcas por causa de Hybern, eu ainda tinha, minha parceira ainda tinha. Eu morri naquela guerra, morri para que minha parceira pudesse salvar a todos. Ás vezes me perguntava como a Mãe ainda nos abençoava com tanta sorte. Feyre morreu sob a montanha e foi trazida de volta a vida. Eu morri na Guerra e fui trazido novamente a vida. Eu, minha parceira e meu filho mais velho quase morremos em seu parto, mas Nestha nos salvou, salvou meu filho, salvou minha parceira. Me perguntava todos os dias quando essa sorte se esgotaria.

Eu tinha muito mais a perder agora do que antes. Meus filhos. Os filhos dos meus irmãos. Onde eles estariam em um conflito? Eles iriam querer lutar, ao menos Ethan, Dahrlan, Catrin e Nyx sim, mas como eu me sentiria sabendo que eles estão em perigo? Em um campo de batalha? E Adyra, ah Adyra, ela nunca quis treinar, ela nunca quis ser guerreira, mal treinara seu poder. Onde ela estaria em meio a tudo isso? Eu olhava agora minha parceira dormindo ao meu lado. Mesmo depois de tantos anos, mesmo depois dos filhos, eu ainda não acreditava a tamanha bênção que caíra sobre mim, aquela mulher, nem em meus melhores sonhos eu imaginava aquela perfeição. Minha caçadora, minha guerreira, minha mulher, minha alma gêmea, minha parceira, minha Grã-Senhora.

Adyra dormia tranquilamente a poucos quartos de distância e Nyx estava no outro lado do nosso território, nas montanhas illyrianas, na cabana que eu fui criado com Cassian e Azriel. Eu havia mandado meu herdeiro para lá não só para apaziguar os guerreiros como eu havia dito, mas para que ele aprendesse a liderar. Ele tinha sido perfeito na Cidade Escavada, meu descendente de todas as formas, tanto na crueldade encenada quanto em seu poder.
Mas agora em Illyria ele estava sozinho para contornar a situação, e eu confiava nele. Sabia que conseguiria.

A Corte de Asas e EspadasWhere stories live. Discover now