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Depois que Morrigan a deixou na fronteira com a Estival, Ilitia atravessou direto para seu quarto. Porém assim que chegou, percebeu que não estava sozinha. Seu pai com um olhar mortal estava sentado à beira de sua cama. O dia já estava quase amanhecendo.

— Onde você estava? — Tamlin exigiu.

Ela não respondeu.

— Ilitia, onde você estava? — Ele perguntou novamente.

— Creio já ter idade suficiente para sair me divertir um pouco e não precisar te dar satisfação. — Ela mentiu. Um grunhido saiu do Grão-Senhor.

— Porque Thalis não foi? Ele disse que não fazia ideia de onde você teria ido. E por que não avisou ninguém? Sabe que teria um sentinela com você. Para onde foi Ilitia?— Ele indagou.

— Porque eu queria ir sozinha e já disse que não vou te falar onde fui. — Ela respondeu.

— Mentirosa. Essas roupas não são para ir se sentar em algum lugar ou sair para dançar. Procurei por você em toda a Corte e você não estava aqui. Onde foi Ilitia? — Ele se aproximou ainda mais da filha, as garras romperam a pele de sua mão.

— Vá em frente. Me mate, mas eu jamais contarei a você. — Ela disse.

— Eu já desconfio o que foi fazer Ilitia. Sempre foi inútil aqui. Sua sorte é que Beron e o Rei não sabem que saiu. — Ele disse. — Tomarei as precauções adequadas e você, não sai desse quarto até que tudo seja resolvido.

— Você não pode me trancar aqui. — Ela disse entre os dentes.

— Ah, eu posso, eu posso e eu vou, porque eu sou seu pai e seu Grão-Senhor e você deve obediência a mim. — Tamlin disse e saiu do quarto, erguendo um escudo ao redor do quarto. Ilitia tentou mas não conseguiu sair.

Ela foi até o banheiro e afundou na banheira, tentando se acalmar. Valia a pena. Ela ficaria presa ali se Rhysand e sua família salvassem as garotas. Ela pediu a Mãe, ao Caldeirão, a qualquer deus esquecido na história de Prythian que eles conseguissem salvá-las.

Ela se odiou por isso, mas não se importou naquele momentos nas consequências que isso traria para seu pai. Ele a trancou ali por fazer a coisa certa. Disse que ela era inútil para a Corte, inútil por fazer a coisa certa.

O que Feyre fez anos atrás derrubando aquela Corte foi uma boa punição frente a tudo o que seu pai havia feito. Talvez ela devesse fazer isso novamente por ele ter levado sua filha. Ilitia amava sua Corte, amava sua casa, mas no momento em que ele trouxe duas garotas inocentes e as torturou, quando planejou matar sua família, não sabia se aquilo era bem sua casa.

.....

Assim que Beron e o Rei acordaram, com o dia ainda amanhecendo, Tamlin expôs sua ideia.

— Acho que estamos demorando demais. Aquela garota não vai dizer nada. Estamos correndo riscos deixando as duas juntas. — Ele disse

— Seu argumento é? — Perguntou o Rei.

— O senhor mesmo disse que o Encantador de Sombras andou xeretando em Rask. Apesar de ser um bastardo, não há como negar que ele seja ao melhor Espião de Prythian, nenhuma Corte aqui consegue informações tão facilmente quanto a Noturna. Eles já devem ter ideia de algo. — Tamlin disse.

— O que sugere Tamlin? — Beron questionou.

— Tentem extrair mais alguma coisa da garota, se ela não disse nada, deixe ela ali como isca, se morrer ou não, pouco importa, deixe guardas interceptado a entrada, assim se tentarem tira-la de lá, já podem começar a matar alguém. Com sorte, o General ou quem sabe o Herdeiro de Rhysand. — O Grão-Senhor da Corte Primaveril sugeriu.

A Corte de Asas e EspadasWhere stories live. Discover now