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Catrin acordou mais motivada do que nunca. Bem, as garotas estavam indo bem, progredindo e ela estava feliz, se sentindo feliz, não completa, mas feliz por servir e por estar fazendo um bom trabalho. Até mesmo seu pai havia se surpreendido com o quão rápido elas estavam evoluindo, a voz orgulhosa de Azriel era como música para seus ouvidos. E o sorriso de sua mãe, era incrível.

Ela também havia recebido a visita do Grão-Senhor, depois do ciclo de Feyre passar ele veio ver como tudo estava indo. Chegou até a assistir um treino e ficou impressionado, dizendo que nem quando ele treinou em Illyria evolui rápido daquele jeito. Ele também foi até Devlon, Catrin não soube o que saiu daquela reunião, talvez Azriel tivesse contado sobre Bryan ou ele foi apenas reforçar a ameaça que fez a respeito de Catrin.

Ela sentia falta de casa, sentia falta de Velaris, mas ali, ela estava fazendo a diferença, ali ela estava ajudando a Corte Noturna a ser um lugar cada dia melhor.

Ela olhou para o lado e viu a concha vinda da Corte Estival e sorriu. Impressionante como um objeto que vinha de outra Corte a fazia se sentir bem, se sentir em casa. Não pelo que era, mas pelo significado que tinha.
Ela também olhou para a Semeadora da Esperança, sua missão, então saltou da cama e se vestiu para mais um dia.

O Acampamento nunca era exatamente quente, mas de alguns dias para cá, Catrin sentia frio o suficiente para saber que demoraria muito para aceitar o convite de Cadewyn para ir até a Corte Invernal. Conforme andava pelo acampamento, Catrin percebeu que não era apenas ela que começou a sentir o frio chegando. Muitos guerreiros já estavam em couros mais grossos. Muitos ainda olhavam para Catrin com uma expressão entre raiva e desejo. Desgraçados, não se decidiam entre querer mata-la ou querer te-la, a meio-illyriana até se deixava gostar um pouco disso, mas afastava os machos com o mesmo olhar de ódio frio e gélido que aprendeu com seu pai.

No caminho, enquanto passava por algumas cabanas, Catrin viu crianças enroladas em alguns casacos mais velhos, mas que pareciam felizes. Aquelas asinhas, eram tão pequenas e tão frágeis nas crianças. Ela sorriu ao vê-las. Ela nunca se viu pensando em ter filhos, ainda era nova demais para isso e nem sequer tinha alguém com quem quisesse compartilhar isso, um parceiro. Mas ela sorriu ao ver as asinhas e pensou se um dia ela teria alguém em que confiasse o suficiente para dividir isso. Ela era nova e imortal, teria mil anos de vida ou mais, ela encontraria sua metade, nem que demorasse séculos.

Elos de parceria, sempre estranhos e surgindo das mais diversas maneiras entre os mais improváveis casais, podendo demorar séculos para se encontrarem, estando longe, em outros territórios ou tão perto que o Caldeirão e a Mãe poderiam estar caçoando de você. A ligação tão forte e esperada, tão única e celebrada, mais que amor, encontro de almas.

Quando chegou ao ringue perdida em pensamentos, as garotas já estavam à postos. Bryan também já estava no ringue.

— Bom dia gente! — Ela cumprimentou. Todos responderam. — Hoje faremos os alongamentos e depois uma pequena corrida, está mais frio, precisamos se aquecer antes do treinamento.

Elas protestaram, mas obedeceram.

— A treinadora exemplar não vai correr com elas? — Provocou Bryan.

— Pelos céus, de jeito nenhum. O vento nesse lugar está me matando. O inverno ainda tá longe.. como suportam? — Catrin indagou.

— Não sei se você percebeu, mas estamos em montanhas, é óbvio que ventaria muito e seria frio. — Catrin revirou os olhos. — No inverno é horrível, não vou falar outra coisa se não isso. Usamos casacos, couro mais grosso, mas mesmo assim é terrível. Sua casa deve ser aquecida por magia, então você vai sentir muito frio por aqui. — Disse Bryan.

A Corte de Asas e EspadasWhere stories live. Discover now