II - 13

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Grávida.

A palavra se instalou em Catrin como se um balde água fria fosse jogado em sua cabeça. O seu cheiro provavelmente teria mudado depois das poucas horas de sono que ela teve.

Grávida.

Pela Mãe. Eles não tinham se atentado de voltar a tomar o tônico quando as ameaças de guerra começaram, não se atentaram a voltar a tomar o tônico quando toda essa merda começou.

E aquele sonho que ela havia cultivado por meses ao lado de Nyx... agora se tornava um medo.

Grávida, em um campo de batalha, em meio a uma guerra.

— Grávida? — Ela perguntou, levando uma das mãos ao ventre, como se pudesse sentir algo diferente ali dentro.

Nyx inspirou de novo seu cheiro. Uma lágrima silenciosa desceu pelo rosto dele, ele deu um aceno de cabeça em confirmação.
Foi o suficiente para Catrin desabar em lágrimas, de alegria, sim, mas também de medo e incerteza.
Isso pareceu desbloquear Nyx que se sentou ao lado dela e a abraçou.

Os dois choravam agora. Era de alegria, muita alegria. Mas também medo, de que algo acontecesse com aquela semente vida.

— Eu... pela Mãe. Eu não sei se estou mais feliz ou mais apreensivo. — Ele diz.

Catrin não conseguia formular nada para dizer. Ela tinha se esforçado muito. Lutado o dia todo, se aquilo prejudicasse o bebê...

Todos os pensamentos ruins se esvaíram da cabeça dela quando Nyx silenciosamente pousou a mão na barriga dela, como se tentasse sentir aquela vida fruto do amor dos dois.
Aquilo de certa forma a aliviou. A admiração que Nyx a olhou, aquilo a encheu de amor.

— O que faremos agora? — Ela perguntou.

— Não sei, eu não faço ideia... — Nyx disse com uma sinceridade absurda. — Você não pode mais lutar, não assim.

— Eu sei. — Ela respondeu.

— Eu... eu acho que queria falar com meu pai, ele é melhor em lidar com situações como essa. — Nyx disse.

— Tudo bem. Mas eu queria que meus pais também soubessem ao mesmo tempo, e sua mãe. — Catrin disse.

— Certo. Vou tentar pedir para que eles nos encontrem na tenda dos meus pais. — Nyx disse.

Os olhos de seu parceiro ficaram distantes por um tempo, certamente avisando.

— Eles já estão indo. Eu... vou nos atravessar até lá. — Ele disse. Catrin apenas segurou firme a mão do parceiro e eles atravessaram.

Ao chegarem, Feyre, Rhys, Gwyn e Azriel já aguardavam.

— O quê é tão urgente que... — Rhysand começou, mas então suas narinas se dilataram, os olhos violetas  ficaram arregalados. — Santa Mãe.

O choque de Rhys era replicado pelo rosto de todos, claro, o cheiro de Catrin, com aquela coisa a mais, aquele toque doce e suave a mais encheu a tenda.
Gwyn foi a primeira a sair de sua inércia e abraçar a filha, que começou a chorar outra vez. Azriel depositou um beijo nos cabelos de Catrin e deu um aperto reconfortante e amigável no ombro de Nyx o parabenizando.

Feyre abraçou o filho e depois se juntou em um abraço com Catrin. Rhys depositou um beijo na bochecha da nora e deu um abraço forte em Nyx.

— Eu... eu não sabia que vocês estavam tentando, digo, que queriam filhos. — Gwyn disse maravilhada.

— Eu parei de tomar o tônico a alguns meses já, não contamos porque não queríamos levantar expectativas, já que geralmente demora para acontecer e aí nos descuidamos e... não voltamos a tomar com as ameaças aparecendo. — Catrin explicou. Nyx tinha o braço em volta de seus ombros, um peso reconfortante como se evitasse que ela desabaria.

A Corte de Asas e EspadasWhere stories live. Discover now