A Corte de Asas e Espadas

25

Catrin ouviu uma suave melodia, como o sol iluminando o dia, abrir os olhos foi difícil, quanto tempo fazia que ela não via a luz? E dor... ela não sentia dor, nenhuma. Ao olhar para o lado, ela viu a dona da suave melodia lendo um livro com uma xícara de chá fumegante ao lado, os cabelos ruivos de sua mãe pareciam fogo a suave luz da manhã que entrava pelo quarto.

— Ás vezes me esqueço do quanto amo ouvir você cantar. — Catrin disse rouca, provavelmente não falava a dias, pensou.

Gwyn se assustou ao ouvir a voz da filha, fechou o livro imediatamente.

— Filha... — Gwyn não segurou as lágrimas quando se sentou na beira da cama e acariciou o rosto da filha.

— Oi mãe... — Catrin sorriu e Gwyn a abraçou.

— Eu estava com tanta saudade meu amor, tanta. — Gwyn disse ainda chorando, olhando nos olhos que eram gêmeos aos seus.

— Minhas asas, elas... estão curadas, não doem. Eu lembro... eu só lembro do Nyx falando que ia tirar minha dor e... — As memórias de Catrin eram confusas.

— Aconteceu muita coisa meu bem, muita. Vou chamar seu pai, a gente explica tudo para você. — Gwyn saiu para chamar Azriel. Eles voltaram menos de dois minutos depois.

— Catrin... — Azriel disse indo abraçar a filha, que tinha se sentado na cama. Impressionada por não sentir dor, por suas asas estarem intactas, se sentia apenas um pouco fraca. — Como está se sentindo?

— Ótima, apenas, um pouco fraca. — Ela respondeu.

— Igual Madja falou que ficaria. — Gwyn falou.

— Tia Ness e tio Cassian estão aqui? — Catrin perguntou.

— Nestha foi com Feyre e Adyra para a Corte Diurna, Elain teve o bebê, voltam hoje, daqui a pouco devem chegar a Velaris. — Gwyn falou.

— Cassian está em Illyria com seus primos e Nyx. Rhys está em casa, tenho inclusive que ir vê-lo daqui a pouco. Ele vai ficar muito feliz em saber que você acordou filha. — Azriel falou.

— Me contem, tudo, tudo o que aconteceu, eu quero saber. — Catrin pediu.

Eles explicaram, o máximo que conseguiram. Sobre as buscas por elas, a batalha na Corte Primaveril, a morte dos Grão-Senhores, a guerra no litoral leste. Gwyn e Azriel revezavam a explicação.

Depois de um bom tempo de conversa, Azriel saiu, dizendo já estar atrasado para ver Rhys. Gwyn continuou no quarto, pediu a Casa um café da manhã reforçado para Catrin.

— Mãe, quando Nyx me encontrou, ele falou para que os guardas soltasse sua... — Catrin no conseguiu terminar de falar.

— Parceira? — Gwyn disse, Catrin concordou intrigada. — Sim minha filha, parceira.

— Vocês já sabiam? — Catrin questinou.

— Quando vocês foram sequestradas, Rhys, Feyre e Nyx tentaram buscar por suas mentes. Em um momento de fraqueza, Nyx conseguiu entrar na sua, viu Beron e o Rei e viu que você estava sendo machucada, sentiu. Ele simplesmente afundou em desgraça depois daquilo. — Gwyn engoliu em seco. — Depois disso, com todo mundo chocado demais, Amren, para variar, foi a única a questionar Rhys sobre como os poderes daematis do Nyx já estavam mais fortes que os dele. E Rhys acabou revelando que vocês eram parceiros.

— E como tio Rhys sabia? — Catrin perguntou.

— Pelo que entendi, Nyx já havia contado a ele. Você não tem ideia de quando ele descobriu que vocês eram parceiros? Porque ele não quis dizer nada a nós além de que fazia apenas alguns dias.