five - brother from another mother

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Irmão de outra mãe

Um rápido coçar de garganta, vindo da direção da porta, fez com que eu e Feyre nos separasse. Enxuguei suas lágrimas e depois as minhas, virando para onde havia escutado o barulho. 

Lucien estava parado ali, os braços soltos ao lado do corpo e a máscara de raposa que cobria metade do rosto. 

— Não queria atrapalhar vocês... Mas o jantar já está pronto. Antes que perguntem, Tamlin não está aqui. — Seu olhar caiu em Feyre, os braços ainda na minha cintura. — Ainda caçando o Bogge.

Não me dei o trabalho de perguntar o que era, não queria mais dores de cabeças das que eu já havia tendo. Lucien nos acompanhou até a sala de jantar, nós três sentando nos lugares que já pareciam ter nossos nomes. Feyre devorava a comida enquanto eu e Lucien apenas revirávamos o pouco da comida que havíamos servido. 

— Vocês duas cantam muito bem. Estavam tão concentradas... Me desculpem se tiver invadido alguma privacidade, foi impossível não parar para escutar. 

— Sua fase do ódio já passou, Lucien? — ronronei. 

— Ah não. Com certeza não, humana tola e idiota. Mas não posso deixar de apreciar uma arte. 

— Sabe, raposinha, achei que demoraria mais. 

A expressão de duvida se fazia presente por todo o rosto de Feyre. Ela havia parado de comer e nos encarava como se algo estivesse muito errado.

— Como? — perguntei, mesmo já imaginando a resposta. 

— Ontem. Seu cabelo ficou diferente, e eu só conhecia uma pessoa com ele. — O ruivo levantou minimamente a cabeça, como se lembrando. — Algo único, eu diria. 

— Provável. Sinceramente, achei que ficaria nessa de matar eu e Feyre por muito tempo. Gostava de quando ia nos visitar, por mais que não lembre de nada, jamais conseguiria me esquecer dos cabelos vermelhos e da máscara de raposa. — Que eu tentava arrancar a todo custo, acrescentei com o olhar.

— Como poderia esquecer. Ainda mais vindo de você, era uma completa praga — resmungou, me encarando com um lampejo de carinho.

— Ei! Eu só tinha um ano, ok?! Sem ressentimentos. 

Lucien começou a rir. Sua risada fez com que eu começasse também, minha barriga ameaçava começar a doer. 

— Sem ressentimentos, Layzinha.

Grunhi ao escutar o antigo apelido, o que fez Lucien rir mais. Feyre ainda nos encarava como se tivesse perdido o rumo da conversa. Comecei a explicar assim que ela olhou para mim. 

— Eu e Lucien nos conhecemos... Bem, ele me conheceu quando nasci. Era um amigo do meu pai, do verdadeiro. Morei por um ano desse lado da muralha, e não me lembro de muita coisa, praticamente nada. E as poucas coisas que me lembro foi mamãe que me ensinou. Agora, de uma coisa é certo, eu jamais poderia esquecer de Lucien, não quando ele ia em casa praticamente todo final de semana ver Ethan e mamãe, de quebra me ver também.

— E enquanto eu dava amor a sua irmã, — continuou Lucien— ela fazia questão de me bater, ou tentar arrancar a máscara. 

— Nunca havia visto alguém com máscara de raposa!

Lucien e eu começamos uma mini discussão, mal pude perceber como ter alguém a quem conversar – sem ser minha irmã, que sabia absolutamente tudo sobre mim – era bom. 

— Fey, talvez isso seja algo perigoso de pedir... Mas preciso que não conte a Tamlin, não conte que eu e Lucien nos conhecemos, as coisas poderiam dar muito errado com essa informação. — Minha irmã assentiu com a cabeça. 

Corte de Amores e Segredos - Versão AntigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora