Corte de Amores e Segredos - Versão Antiga

bonus - i felt her dying

Eu  senti ela morrendo

‗⁂‗‗‗‗⁂‗ Rhysand  ‗⁂‗‗‗‗⁂‗

Suas lágrimas escorrendo enquanto ela tirava a vida das feéricas. Sua mão banhada em sangue. Seu olhar aterrorizado enquanto ela encavara Lucien ajoelhado. Seus gritos e seu corpo contorcendo-se enquanto Amarantha continuava a machucá-la com magia. 

Tudo isso havia me levado a correr em direção a adaga que estava ao lado de Tamlin, a atacar Amarantha, a levantar mesmo quando sua parede de poder batia contra mim. Tinha me levado para a dor que sentia agora.

Meu sangue escorria pelo mármore. A adaga que eu havia pego estava jogado em algum lugar do salão. O mundo parecia girar devido a forte dor na minha cabeça. Meu poder não havia voltado totalmente, existia algum tipo de feitiço impedindo que a escuridão chegasse até mim; mas ele não havia impedido Layla de chegar na escuridão. 

A cabeça de Amarantha virava de um lado para o outro a procura dela, eu mesmo procurava-a pelo salão do trono. Escutávamos sua voz, mas era impossível saber onde ela estava, não conseguíamos escutar seus passos ou sua respiração. Layla havia se tornado invisível, estava ganhando tempo para seu próprio poder chegar até ela. 

De repente, dois lobos – um de água e um de neve – saíram da escuridão e correram até Amarantha. A rainha teve que se defender rapidamente, mas isso não impediu de um deles cravar os dentes na perna dela. A multidão prestava atenção em apenas duas coisas: Amarantha lutando conta os lobos e a voz de Layla; mesmo enquanto choravam e tentavam encontrar quem amavam. 

A dor pareceu passar um pouco quando Layla apareceu atrás de Amarantha, água rodeando-a, os lobos fazendo seu caminho até ela, a adaga limpa em sua mão. A dor havia dado espaço a outra coisa e meus sentido aos poucos voltavam. 

Era isso. Havia acabado. 

Layla cravaria a adaga no coração de Amarantha e poderíamos ir embora. Eu voltaria para Velaris e veria minha família, escutaria as risadas dos meus irmãos, os conselhos de Mor e os sermões de Amren. Poderia voltar a voar e ver o céu estrelado. Poderia voltar para o meu quarto e sentir o colchão macio em baixo de mim.

Poderia fazer tudo isso se uma sensação de vazio não me preenchesse. 

Meus olhos estavam vendo a cena, mas meu cérebro não tinha digerido ainda o que eu via, preocupado demais em imaginar um mundo de sonhos. Foi a falta daquele aperto dentro de mim que me trouxe de volta. Alguma coisa não estava certa. E ao realmente ver a cena na minha frente, eu entendi. 

Amarantha tinha as mãos em volta do pescoço de Layla, os olhos da de cabelos azuis iam fechando, seu peito praticamente não mexia. O laço que nos ligava ficava mais fraco, sumia, como se uma das pontas tivesse o soltado. Eu não conseguia mais senti-la do outro lado, nem seu coração batendo e ela não gritava coisas por ele também. 

Layla estava morrendo. 

Com o canto do olho vi Feyre e Lucien tentarem se desvencilhar do aperto de Tamlin, mas o loiro apenas ficou mais raivoso, fazendo com que garras aparecessem dos nós de seus dedos. Reprimi a vontade de matá-lo e foquei em tentar me levantar para ajudar Layla, mas minha cabeça ainda girava e sangue escorria de algum ferimento.