eight - they were fine

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Eles estavam bem

Não sei quanto tempo exatamente passei na banheira, mas Lene teve que vir me chamar porque o jantar já ia começar a ser servido. Coloquei um vestido azul que tinha o tecido leve, e deixei que Lene trançasse meu cabelo. 

Me encontrei com Feyre no corredor e ela ainda parecia cansada da tarde agitada que passamos. 

— Fey — sussurrei enquanto descíamos as escadas —, se você puder não contar para Tamlin que eu fui junto... Sei que ando pedindo para esconder muitas coisas, mas depois do que descobrimos hoje, sobre a praga e Hybern... Bem, acredito que se ele souber que tem uma mestiça morando aqui não vai deixá-lo completamente feliz. 

— Nem precisava ter pedido. Eu não contaria. 

Antes que eu pudesse agradece-la havíamos chegado a sala de jantar, nossos lugares de costumes já postos – Tamlin e Lucien também sentados no lugar de sempre. Acenei levemente para o ruivo, indicando que tudo estava certo e seu segredo continuava guardado, Feyre não contaria. 

— Boa noite — cumprimentamos.

— Soube que teve uma tarde bem animada, Feyre. Queria estar lá para ajudar — o ruivo se curvou um pouco na cadeira e foi ai que eu percebi. 

Lucien não estava lá no bosque pelo acaso. Feyre havia dito quando eu perguntei à ela se tinha certeza do que estava fazendo que era melhor eu confiar que outra pessoa estivesse certa. Lucien havia contado à ela como pegar um Suriel. 

Lancei um olhar fulminante em sua direção e o ruivo foi inteligente o suficiente para demonstrar um pouco de medo, mas que logo passou quando notou que Tamlin estava olhando para ele.

— Mas eu e Layla saímos caçar, estávamos longe do bosque. Bem, você ainda parece encantadora, independentemente da tarde infernal.

Feyre riu e eu peguei uma taça de vinho para tentar não gargalhar. Estávamos longe do bosque, quantas coisas Lucien já havia escondido de Tamlin?

 — Achei que feéricos não pudessem mentir — minha irmã disse, amontoando comida no prato. 

Dessa vez foi a vez de Lucien sorrir e Tamlin se engasgar com o vinho, tentei evitar fazer alguma expressão de surpresa e continuei concentrada no vinho da minha taça. 

— Quem lhe contou isso? 

— Todos sabem. 

— Sua irmã parece não acreditar. — E então o ruivo aponto para mim, Feyre olhou para mim tentando encontrar algo que indicasse que eu não acreditava. Apenas dei de ombros. — É claro que podemos mentir. Achamos que mentir é uma arte. E mentimos quando contamos àqueles mortais antigos que não podíamos dizer uma inverdade. De que outra forma conseguiríamos que confiassem em nós e fizessem nossa vontade? 

— Ferro?

— Não nos faz mal algum. Apenas freixo, como você bem sabe. 

— Foi por isso que ficou extremamente brava quando Nestha e Elain compraram aquelas pulseiras. — Afirmou Feyre, seu olhar voltado para mim. 

— Mamãe sempre achou que eu deveria saber as verdadeiras coisas, não somente o que contavam nas aldeias. Ou no que os Filhos dos Abençoados acreditavam. 

Pude ver o rubor subir pelo pescoço de Feyre e murmurei um desculpas baixinho. Ela havia acreditado facilmente em tudo que contavam e me amaldiçoei por, novamente, não saber algo sobre minha própria irmã. Queria afastá-la tanto deste mundo que não pensei que talvez ela não soubesse a verdade sobre muitas coisas, afinal aquelas aulas de mamãe eram apenas para mim. 

Corte de Amores e Segredos - Versão AntigaWhere stories live. Discover now