nine - violet eyes

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Olhos Violetas

Feyre dormiu comigo depois de voltarmos a mansão, e Lucien me deu um abraço rápido prometendo que tudo ficaria bem. No dia seguinte, Tamlin achou uma boa ideia nós quatro sairmos para um passeio, mas ele e Feyre sumiram depois de cinco minutos.

Feyre começou a pintar pelas semanas que se passaram – deixando que apenas eu visse o que pintava –e eu me concentrei em tocar piano e o violino que Lene havia encontrado. Minha irmã e o Grão-Senhor haviam ficado bem próximos nos últimos dias, Feyre começava a se soltar mais e o clima na mansão ficava mais leve. 

Estava no meu quarto lendo um livro que encontrei pela casa quando Feyre entrou, ofegante e assustada. 

— Fey, o que aconteceu? — perguntei, levantando da cama e indo em sua direção.

— Estava voltando da floreta com Tamlin quando algo apareceu... Attor. Ele mandou eu me esconder, então Lucien apareceu também e eles conversaram com o tal Attor. Era invisível, completamente.

Guiei ela até minha cama e deixei-a sentada ali enquanto pegava um copo de água, Lene havia deixado uma jarra cheia na mesa de cabeceira antes de sair. 

— Foi uma conversa horrível, mas confusa. A criatura havia dito que Tamlin tinha um coração de pedra, mas que ainda guardava medo dentro dele. 

— Lucien também disse isso — comentei enquanto entregava o copo à ela. 

— O quê?

 — "Para alguém com o coração de pedra, o seu certamente anda molenga ultimamente." Ou todos andam fazendo metáfora com o fato de Tamlin ser fechado, ou o Grão-Senhor realmente tem coração de pedra. 

— Ah, nem tinha me tocado. De qualquer jeito, antes do encontro desagradável Tamlin estava falando sobre uma Noite das Fogueiras. Calanmai. Daqui dois dias, conhece?

— Definitivamente não — peguei um copo de água para mim e me sentei ao lado de Feyre. — O que ele disse sobre? 

— Nada que me faça descobrir o que é, apenas que é um ritual. E que não estou convidada e devo ficar longe, que vou ficar mais segura aqui na casa. 

— Bom, então provavelmente também ficarei mais segura aqui. Podemos montar nossa própria fogueira no quintal e assar marshmallows, hum?

— Tentador. Mas você tem magia, poderia ir e me contar, hum?

Tentador.

«——————⁜—⁜——————»

Feyre havia me convencido de ir no Calanmai e ver o que era. Decidimos que eu deixaria as orelhas meio pontudas aparecem e deixaria meus olhos em sua cor natural, azul. Se transformasse o cabelo alguma sentinela, ou o próprio Tamlin, poderiam lembrar de mim. 

Contamos para Lucien com o objetivo dele me acobertar e, depois de muita relutância do mesmo, ele havia cedido. O ruivo achou melhor eu não usar uma máscara igual a deles, porque ninguém nunca havia me visto na Corte; então eu me passaria por alguém da Corte Estival.

Inúmeros feéricos iam chegando e os tambores logo começaram a soar. Mesmo já estando ali era como se algo muito mais primitivo me chamasse, me procurasse. Tentei ignorar a sensação, mas ela ficava mais forte a cada segundo. Fui para onde estava sendo servido as comidas e peguei uma das tortinhas de amora.

Havia tantas cores que agradeci por estar usando azul claro, nunca olhariam para mim por mais de uma vez. 

Lene havia prendido meu cabelo em uma coroa de trança, enrolado em uma fita branca; um simples colar – do que imaginei ser algum tipo de diamante – ligava de uma joia até a outra, pareciam folhas de uma árvore. O vestido era de um azul claro com brilhos em prata, alças finas, um pequeno decote na frente e uma espécie de cinto prata.

Corte de Amores e Segredos - Versão AntigaWhere stories live. Discover now