fourteen - they need us

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Eles precisam de nós

Acordo no dia seguinte com Chloe me chamando a avisando que havia um telefonema para mim. Coloquei um vestido leve lilás e segui na direção do escritório, William não estava ali e agradeci a Mãe por uma manhã boa. Arrependi-me dessa decisão no segundo seguinte, quando levei o telefone no ouvido e a voz abafada de Pietro preencheu a linha. 

— Antes que me xingue, precisamos conversar — engoli o xingamento e deixei que ele terminasse de falar. — Urgente. 

— Não tenho nada para falar com você. — Estava quase voltando o telefone no bucal quando Pietro não me respondeu, mas ele soltou um suspiro e voltou a falar. 

— Precisamos, sim. Ainda mais se isso envolve a proteção de Paige.

— Então, você errou o telefone, Pietro. Não tenho nada a ver com ela e sua proteção. 

Na verdade, eu tinha. Tinha a ver a partir do momento em que havia entregado seu nome à Rhysand, consequentemente à Amarantha também. Mas ele não teria como descobrir isso, não precisava me importar. 

— Tem a partir do momento que seu povo a atacou.  

Talvez, ele tivesse como descobrir. 

— O que quer, Pietro? 

— Já disse, conversar. Encontre-me na praça perto do hospital em cinco minutos. 

Não tive tempo de responder antes de Pietro desligar o telefone. Xinguei-o mentalmente enquanto voltava para o quarto calçar uma sandália. Mas se realmente foram feéricos que atacaram Paige... Parei de pensar nisso quando vi Pietro apoiado numa árvore me esperando. 

— Não comece. Cinco minutos em ponto. — Falei antes de dar tempo de ele abrir a boca e criticar minha demora. 

— Achei que não viria.

— Foi uma ideia tentadora, mas você parecia querer me culpar por um erro que não é meu. 

— Foi seu povo — retrucou, desencostando da árvore e virando para me olhar. 

— Não tenho uma coleira sobre eles. E se lembro-me bem, nunca cheguei a conviver com nenhum feérico. Você sabe onde eu estava, com Feyre e minha tia no continente. Por que me chamou? 

— Porque quero respostas. 

— Veio pedir no lugar errado. — Encostei minha cabeça no tronco da árvore de frente à ele. Fechei o olho e tombei a cabeça para cima, os raios de sol refletindo todo meu rosto. — Seria mais produtivo ter conversando com a mercenária da aldeia.

— Layla... — meu nome foi quase uma súplica vindo dele. Segurei o grunhido dentro de mim. — Não estou brincando.

— Eu também não. — Abri meu olho mas continuei com o rosto na direção do céu. — Não sei absolutamente nada. — Mentirosa. Eu era uma bela mentirosa. — Talvez o povo do outro lado da muralha tenha decidido soltar as coleiras, liberando todos os monstros das jaulas para vagarem livremente. Deveria me juntar à eles. — Estalei a língua e voltei a encarar Pietro, seu rosto parecia pálido. Como era bom me divertir. — Perdeu seu tempo, Pietro. Não posso dizer que foi um prazer revê-lo, mas mande lembranças à Paige em meu nome. Sempre gostei daquela garota, seria uma pena se morresse. 

Dei uns cinco passos para longe dali quando ele falou: 

— Escuridão. Foi isso que Paige descreveu. Era o que você sonhava não era? — Isso me fez parar no lugar. Escuridão... Rhysand. 

Corte de Amores e Segredos - Versão AntigaWhere stories live. Discover now