Capítulo 11

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  Preferi ficar afastada, não queria vê as atitudes da minha mãe enquanto tentava jogar Alfonso para cima de mim.

  Ainda mais ele, do jeito que é iria se aproveitar para mostrar o "grande" homem gentil e de bom coração que é.

  Isso é balela, revirei os olhos enquanto jogava mais uma vez a bola para o Toby.

— Então quer dizer que você cresceu em uma vinícola...

  Evitei ao máximo Alfonso desde que ele resolveu ficar para o jantar. Dessa forma, fiquei na varanda brincando com o Toby o meu cachorro, um laboratório de 40kg branco.

— Quem me dera. - Joguei a bola novamente e Toby correu atrás - Minha mãe e eu moramos a maior parte da nossa vida no Brooklin, ela só conheceu Luigi quando eu tinha 22 anos. Fui para a república aos 15 anos para poder fazer o ensino médio e faculdade no Alabama. Era melhor do que as do Brooklyn.

  Alfonso se apoiou em uma das colunas, cruzou os braços e ficou admirando Toby.

— Eu o dei para ela. Não diga isso a ela, se não causará uma enorme briga - Sorrimos - Deste pequena ouvia a falar da Itália, algo a ligava com aquele país. Não sei se você acredita em vidas passadas, mas ela dizia que em alguma vida passada, foi italiana. Quando consegui dinheiro com o meu primeiro emprego, comprei passagens para conhecermos Roma e Napoli por dez dias. Uma das vinícolas que visitamos era de Luigi, foi algo meio amor a primeira vista. Não se desgrudaram mais. Luigi vendeu tudo o que tinha na Itália e veio tentar a vida nos Estados Unidos, e agora tem este Império construído do zero. - Apontei para a plantação de uvas - Eles se casaram um ano após terem se conhecidos.

— E o seu pai?

— Morreu quando eu tinha cinco anos, não cheguei a ter lembranças efetivas dele. Mas tenho fotos e vídeos juntos. Eles se amaram muito também, acredito que ele está feliz por ela ter encontrado um outro alguém que a ame e cuide dela como ele a amava e cuidava.

— Caramba. Legal!

— É... Luigi é legal, sempre me tratou como uma filha. Ambos mereciam ser felizes juntos e eu não impediria isso, jamais!

  Toby voltou com a bolinha na boca. Mas ao invés de para e joga-la aos meus pés, o cachorro parou e jogou a bola nos pés de Alfonso.

  Traidor. Até você encantado por Alfonso Herrera, Toby?

— Qual é o seu nome, garotão?

— É Toby.

  Fiquei olhando enquanto o mesmo fazia carinho atrás das orelhas do cachorro.

— Por que você não mencionou que a Vinícola Moretti era da sua família?

— Eu tentei. Mas todas as vezes que ia mencionar, você debochava e era sarcástico. Não tem como manter um diálogo quando a via não é de mão dupla.

  Cruzei os braços.

— Mas você poderia ter me interrompido, sei lá. - Me encarou.

— Você só pode estar brincando. Todas as vezes que lhe interrompi você insinuava que eu estava com medo. E quando fui lhe contar hoje, você disse que a minha mãe estava afim de você.

— Desculpa por isso. Só queria te irritar e mostrar que ganharia a sua maior conta. Queria arruinar a sua apresentação.

— Maduro. Que maduro você Alfonso.

— O que posso fazer? No amor e na guerra, vale tudo. - Sorriu encantador.

— Estamos em guerra então? Pensava que quem ganharia a vaga era o mais competente e não quem sabotaria mais o outro.

  Alfonso se levantou e piscou.

— Eu não estava falando sobre guerra. Eu sei que você me ama e só não consegue assumir.

  Dei risada.

— Caramba, você é realmente um babaca. Genevieve estava certa.

  Continue gargalhando e indo para dentro do canavial de uvas.

— Pera ai, o que Genevieve te falou? Anahi, volta aqui.

  Veio atrás de mim.

5/5

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