Capítulo 30

159 20 9
                                    

Anahi Portilla

  O dia tinha sido extremamente estressante. E com Alfonso ao meu lado, ele conseguiu piorar a situação.

  Assim que entrei no meu quarto, mandei mensagem imediatamente para Genevieve para mudar o horário do meu vôo, nem que eu saísse quatro da manhã de Las Vegas e fosse arrastando minha mala até lá, mas eu não queria, de maneira alguma, voltar com Alfonso. Quase de imediato, Genevieve me mandou mensagem dizendo que já havia feito isso, pois sabia da nossa rixinha, e mandou todos os dados do vôo para o meu e-mail profissional, algo que estava com a notificação oculta.

  Assim que entrei no quarto, tirei minha maquiagem as pressas para deitar na cama. Estava no puro ódio, como assim Alfonso queria dizer que eu estava me engraçando com Jaime, sendo que aquela Anastasia Steele barata estava faltando esfregar os seios na cara dele? Mulherzinha oferecida.

  Ainda tem a capacidade de me falar que ela seria a sobremesa, que cara nojento. É isso que ele é. Enquanto reclama que eu estava conversando com um amigo da época de faculdade, fica faltando comer aquela criatura na frente de todo mundo.

  Ai que ódio.

  Deitei na cama as pressas e me cobri toda com o cobertor. Graças a Deus o quarto tinha ar condicionado, pois estava marcando 24°C ás dez e meia da noite e a previsão era se manter essa temperatura na madrugada. Ou seja, muito calor.

  Quando já estava a boas horas dormindo, acordo com uma batida muito forte no corredor. Me escondi imediatamente embaixo do cobertor, infelizmente é muito comum ter roubos a hotéis aqui em Las Vegas e seria o fim da picada, logo hoje, entrar um bandido e me roubar, deixando o meu dia pior do que já estava.

  Continuei embaixo do cobertor até entender que o barulho no corretor era uma batida na porta do meu quarto. Quando já estava cogitando ligar para a recepção e para a polícia, escuto um baixo, mas audível e desconhecido "Anahi". Bom, imagino que a pessoa que estava batendo na minha porta me conhecia, logo, não seria nenhum bandido, certo?

  Fui até o banheiro e peguei meu secador de cabelo, podia ser até um conhecido, mas quem me garante que o bandido não pegou meu nome na lista de hóspedes? Espiei pelo olho mágico e não havia nada, o corredor parecia vazio. Quando fiquei ainda mais na ponta dos pés, mais uma batida soou na porta e eu pulei para trás.

— Quem é?

  Uma voz baixa e desconhecida falou alguma coisa do outro lado, não consegui entender. Espiei de novo pelo olho mágico e dessa vez migreei a visão mais para baixo e vi cabelos, tinha alguém sentado na frente da minha porta.

   Meu coração disparou.

— Quem é?

  Só entendi resmungos.

  Me abaixei na altura que a pessoa estava, colei o ouvido na porta e perguntei quem era novamente. Ouvi só risadas.

  Gelei no mesmo instante. Segurei mais forte o meu secador e olhei de novo.

  Percebi que a corrente de segurança estava bem presa e decidi abrir a porta.

  Assim que abri percebi que o sapato do desconhecido era um Oxford masculino, o mesmo que Alfonso usava no jantar.

— Alfonso, é você?

— Que porra é essa? - Se assustou com o secador quase na sua cara.

  Abri toda a porta, fazendo-o cair no chão.

  Ele utilizava a porta para se manter ereto. Agora a metade do seu corpo estava dentro do meu quarto e a outra metade para fora, parecia que eu havia matado-o e estava tentando me livrar do corpo.

Brincando Com FogoWhere stories live. Discover now