Capítulo 23

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Alfonso Herrera

  Eu estava cansado, muito cansado, pelo simples fato que eu não conseguia dormir a mais de três dias, não porquê eu estava preocupado em ir para o Reino Unido e muito menos porquê eu estava pensando na segunda campanha mais difícil da minha vida, e sim pq eu não conseguia tirar da cabeça o raio de olhos azuis e cabelos castanhos.

  Anahi estava mexendo com a minha cabeça, a todo momento eu lembrava da forma que ela gargalhava no restaurante, a voz grossa dela cantando - mesmo que uma melodia que nem sequer fazia sentindo - os olhos piscando com aqueles cílios grandes e preto e a boca carnuda sendo mordida por aqueles dentes brancos enquanto ela pensa.

  Faziam três dias que não nos víamos, desde o dia do restaurante passamos muito tempo trabalhando e vivendo nossas vidas individuais, mas nem parecia que havia passado setenta e duas horas, pelo simples fato que Alabama não saia das minhas fantasias.

  A imaginei de toda e qualquer forma, devo confessar que não resistir e a espionei algumas vezes enquanto estava na copa tomando café, com aqueles cabelos longos e presos em um coque desarrumado e usando óculos enquanto lia algo em seu ipad, iguais uma bibliotecária sexy. Mas eu simplesmente não conseguia ir até ela, como olharia em seus olhos e a provocaria sendo que ela que estava me provocando o suficiente? Já que no dia que ela me deixou em casa depois do restaurante, eu não pude resistir e tive que me masturbar pensando nela.

  Acho que o cansaço estava estampando na minha cara, já que assim que entrei na sala de conferência, Jayme me encarou de uma forma estranha.

— Você tá acabado, anda dormindo não? - Me perguntou assim que me sentei no meio dele e de Anahi.

— Não fode. - Respirei fundo tentando me concentrar e ignorar a existência de Anahi que estava do meu lado com um micro sorriso nos lábios e aquele perfume de cerejeira.

— Jayme, trouxe o que você havia me pedido, não pude finalizar, mas acredito que os donos não irão se importar. Organizado está, pelo menos.

  Anahi, como se soubesse que havia dias que ela fazia parte das minhas fantasias, se inclina em minha direção para tentar entregar a pasta para Jayme e quase cola seus seios em meu peito. Eu sou homem, não pude resistir a não olhar para baixo e aquelas duas bolas de boliche que me encaravam estavam apertados em uma blusa branca de seda quase transparente, com um decote generoso dando para vê seu sutiã de renda vermelho por baixo.

  Imediatamente senti meu amigo de baixo ficar duro igual uma rocha e a vontade de lhe roubar um beijo estava avassaladora, os pensamentos repentinos estavam me invadindo, mais forte do que eu queria.

  Jayme para colaborar estava ocupado abrindo várias pastas ao mesmo tempo e algo que levou cinco minutos, me pareceram séculos. Eu peguei a pasta de sua mão, com um sorriso falso nos lábios e joguei em cima das papeladas de Jayme. O que me ajudou a afastá-la mais rapidamente de mim. Não vou mentir que não senti falta de seu contato, mas aquilo ali já estava extrapolando, ela iria embora daqui três meses, jamais algo entre nós poderia rolar.

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  A reunião havia passado como uma lesma, ou melhor, a minha atenção não estava tão focada na reunião o que fez que ela demorasse mais do que realmente era para demorar. Já que sempre que Jayme tentava me inclui no assunto, eu pedia para que ele repetisse a pergunta. Tive até que mentir que Fred estava doente e por isso estava tão avoado.

  Mal sabia ele que eu não estava pensando no garotinho loiro de olhos claros e sim na garotinha morena de olhos claros ao meu lado que não deixava os meus sonhos, fantasias e nem noites em paz.

  Não vou negar, por muitas vezes me deixei fantasiar pensando nela, mas sei que nada poderia acontecer entre nós, nem eu e nem ela queríamos isso. Até porque daqui alguns meses um de nós cruzaremos o planeta para construímos uma nova história.

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