Capítulo 22

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— Já roubou alguma coisa?

  Alfonso fez a pergunta exatamente no momento em que a garçonete se aproximou para tirar nossos pedidos.

  Alfonso pediu mais uma cerveja e um ravioli de queijo com molho de queijo, ele já estava na sua quarta ou quinta cerveja, havia até perdido as contas. Desde que fui obrigada a aceitar que ele voltasse comigo no meu carro, ele se aproveitou da situação para encher a cara.

  Eu pedi um carbonara com mais uma taça de vinho. Diferente dele, eu não havia bebido tanto e estava tão acostumada com vinho, que acho que nem bêbada eu fico mais.

  A garçonete continuou parada ao lado da mesa, olhando para mim.

— É só isso mesmo. E uma água também.

  Ela sorriu amigavelmente.

— Os pedidos saem sempre muito rápido aqui, além disso, a bebida já está feita só preciso trazer. Mas quero saber a sua resposta para a pergunta dele.

  Alfonso sorriu grandemente.

— Ela não tem cara daquelas crianças que roubavam pirulito na mercearia do bairro?

  Revirei os olhos.

— Uma vez roubei uma caixa de camisinha - A garçonete contou rindo - Eu estava com a minha mãe na farmácia, não faz muito tempo, não queria que ela visse a única filha comprando preservativo, para ela eu não posso fazer isso - Gargalhou - Deixei ela passar as suas comprar na minha frente e escondi a caixa de camisinha no bolso, torcendo para que assim que ela passasse suas compras saisse para eu pagar o meu. Mas ela ficou lá, me olhando passar tudo. Acabou que eu roubei involuntariamente.

  Alfonso sorriu. Caramba, o sorriso bêbado dele conseguia ser ainda mais sexy.

— Tambem já roubei camisinha. Tinha catorze anos e uma gostosa de dezesseis me deu mole, não tinha dinheiro para comprar e nem pediria para a minha mãe. Pelo menos perdi a virgindade.

  Eles dois gargalharam.

— Sua vez Anahi. - Alfonso e a garçonete me olharam.

— Eu nunca roubei. - Desviei o olhar.

— Olha as bochechas dela ficando vermelhas. - Alfonso riu - Então quer dizer que a senhora certinha já roubou?

   Gargalhou.

  Meu ódio por Alfonso só aumentava com o passar do tempo.

— Roubei um DVD dos Backstreet Boys, coloquei por baixo do moletom quando minha mãe não estava olhando.

— Legal. - Alfonso reagiu como se tivesse sido a melhor coisa.

— Já volto com o pedido de vocês. - Saiu.

— Mas e ai, sua mãe te pegou?

  Com toda certeza, Alfonso iria querer mais detalhes.

— Não. Mas quando voltei para o carro comecei a chorar, contei a verdade para minha mãe e ela me fez voltar na loja e devolver o DVD com um pedido de desculpas ao dono.

— Viu, você é muito antiquada. Além de ter devolvido, fica estressada rapidamente. - Sorriu.

— Eu só estou passando por um dia estressante. Não sou uma boa companhia nem para mim.

— Relaxa, eu prefiro você assim. É fofo a sua bochecha rosa quando fica brava. - Sorriu.

  A garçonete voltou com os nossos pedindo, me ajudando a esconder a vermelhidão do meu rosto.

Brincando Com FogoWhere stories live. Discover now