Capítulo 40

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Alfonso Herrera

  Anahi era encantadora, a forma que andava, falava e brincava. Por ser pela manhã o píer de Santa Mônica estava quase vazio, mas continuava incrivelmente lindo.

  Os olhos de Anahi naquele sol brilhante me fazia feliz, um sentimento que a muito tempo não sentia ou que eu não me permitia sentir. Com ela era tudo diferente, foi igual uma avalanche, inesperado e destrutivo.

  Eu me sentia muito culpado por tentar ocupar o lugar de uma outra pessoa, desde que Suzie morreu, eu não fui capaz de amar mais ninguém. Foi como se uma mancha negra tivesse roubado tudo de mim, a felicidade, a vontade, o amor e a bondade. Eu tinha me tornado uma pessoa que eu jamais queria me tornar. Principalmente por eu ter sido o principal responsável pela morte de uma pessoa tão inocente como Suzie.

  Desde então, eu foquei cem porcento no meu trabalho, em Fred e no meu crescimento profissional. Não me importando mais com as baboseiras do amor, ciúmes e muito menos compromisso.

  Desde Suzie, eu me relacionei com várias mulheres, algumas por um certo período de tempo, mas nunca aprofundei. Muitas delas, no começo, queriam apenas noites de prazer, algo que eu estava a procura, mas depois de algum tempo, eu sabia e sentia que elas queriam algo a mais. Um pedido de namoro, de noivado e até um casamento.

  Sempre me cuidei muito, sei que não vou ter filhos pois deixaria de amar Fred como amo atualmente. Por conta disso, nunca tive uma relação desprevenido. Muitas até tentaram alegar que os filhos delas eram meu, mas eu sabia que era improvável.

— Vem Alfonso, vamos para a roda gigante. - Anahi me puxou, me tirando do meu transe.

  Era incrível poder admirá-la, a forma que ela andava, que dançava com a música do artista de rua, que sorria, que falava com as criancinhas que ali estavam.

  Eu realmente não consigo mensurar o que de fato está acontecendo comigo, muito menos olhando-a, só sei que era um sentimento inigualável, que eu nunca tinha sentido antes e que nem conseguiria colocar em palavras.

  Só sei que isso me agoniava, ao mesmo tempo que eu queria fugir dela, eu queria ficar próximo. Vendo o pequeno Peter Pan ao seu lado me dava raiva, ódio, vontade de espancá-lo até não poder mais. Mas eu sabia que não poderia jamais fazer isso, ela era uma mulher independente, que conquistou as suas coisas sozinhas e que merecia ser amada, mas eu sabia que ela cairia mais uma vez no conto do vigário - até porque Jayme não é muito diferente do seu ex namorado.

  Anahi estava parecendo uma criança em um parque de diversão, estava pulando e falando pelos cotovelos, eu apenas conseguia observá-la com um pequeno sorriso nos lábios. Ela conseguia a todo momento ser encantadora.

  Um artista independente estava ao lado da roda gigante tocando um country, o que fez Anahi sair da fila da roda gigante. Ela retirou o chapéu de cowboy dele e começou a dançar, ela girava, fazia uns passos diferentes com os pés e batia palma no ritmo da música.

  Além de manter um sorriso nos lábios a todo momento, seus olhos ficaram dilatados, demonstrando que ela estava em seu estado mais pleno. Algo que fazia muito tempo que não via, o trabalho conseguia tirar toda essa sua espontaneidade e tenho certeza que seu ex também. Para mim, ainda era impossível acreditar que ela ficou tanto tempo com aquele cara, que simplesmente não soube valorizar uma mulher como essa. Se fosse eu... ou melhor, jamais seria eu o cara que seria capaz de lhe dar essa espontaneidade de volta.

  Quando a música acabou, Anahi devolveu o chapéu para o moço e veio correndo em minha direção.

— Viu como você combina com o seu apelido, Alabama. - Coloquei um dedo em sua cabeça e a fiz girar igual uma bola de basquete.

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