Capítulo 15

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Anahi Portilla

  Nenhum comentário, nenhuma piadinha, nenhum sarcasmo. Algo estava acontecendo com Alfonso.

  Fazia meia hora que eu havia entrado em sua sala e nenhum comentário sobre minha saia ser quase a cor da minha pele.

  Além de que tudo que eu falava o mesmo concordava, se eu quisesse poderia pegar as melhores empresas para trabalhar que eu tenho quase certeza que ele aceitaria de bom grado. Já que só sabia dizer "sim" ou "fica para você" enquanto continuava jogando uma bola de tênis para o alto e a pegando.

— Que tal você fazer um dos seus desenhos pornográficos para a campanha Morgan Dias?

  Me encostei na cadeira para poder encará-lo melhor.

— Por mim tudo bem...

  O mesmo continuava jogando aquela maldita bola para cima.

— Que tal uma mulher com os peitos maiores que a cabeça? Enquanto a mesma fuma e usa o chapéu rosa de cowboy que você me deu? - Me aproximei da mesa.

  Pela primeira vez aquela maldita bola caiu em sua cabeça, enquanto ele me olhava incrédulo.

— O que você falou?

— Agora ou a meia hora atrás? - Bufei.

— Desculpa, eu to com a cabeça cheia - Limpou a mesa e pegou o café que eu o havia trago - Podemos começar de novo?

  Bufei, mas comecei a falar tudo de novo. Agora ele prestava atenção em mim e já enchia o saco pelas melhores empresas querendo-as. Ainda tinha a capacidade de falar que ele conhecia os donos. Ou ele sabia fazer chamada vía telepatia ou ele tinha uma máquina de viajar no passado, já que todas essas empresas tinham acabado de entrar na empresa.

— Você é impossível. - Joguei o bloco de notas na mesa e arrumei o cabelo.

— Todos me falam isso. - Sorriu safado.

— Meus pais gostaram de você.

— Principalmente a sua mãe... - Piscou.

  Agora sim estava o Alfonso insuportável de volta.

— Ta bom Brad Pitt... Enfim, eles me mostraram a sua proposta para a campanha. Está muito boa.

— Prefiro ser comparado com o Jhonny Depp, mas eu sei que a propaganda está boa. Eu sempre adorei vinhos e quis juntar o útil ao agradável, fazer ter sentido a nova remessa com o clima que estamos tendo e com as festividades que estão próximas. - Deu de ombros.

  Ele sabia me irritar apenas com um dar de ombros? O que esse homem fazia comigo?

  Bufei.

  Por um segundo, reconsiderem o que vinha pensado ao longo dos dias, desde o dia na vinícola. Mas o seu ego iria inflar ainda mais e eu não o suportaria se achando o dia todo, 24h por dia. Mas também tinha meus pais, eles mereciam o melhor, demoraram muito para chegar na nova fórmula, mais simplista, suave e delicado. Sem aquele sabor forte de álcool, que é natural da própria fermentação, mas eles conseguiram tirar, deixando o sabor quase de uma uva colhida do pé na hora.

— Por mais que eu odeie admitir, suas ideias estão melhores que a minha e a estética das garrafas estão longe de serem parecia das criadas por mim ao longo dos anos. A campanha é sua, não acho justo eu ficar apenas por ser filha dos donos. - Ele me encarou chocado e antes que pudesse me interromper, conclui - Mas eu quero continuar na campanha, quero que a minha opinião também seja levada em consideração, trabalho quase a minha vida inteira para a publicidade da vinícola e não é porque você vai ficar com a campanha que eu serei despachada.

Brincando Com FogoWhere stories live. Discover now