Capítulo 39

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  O dia vai ser longo, no dia anterior comuniquei Alfonso que o jantar aconteceria as dezenove horas em um dos restaurantes mais conhecidos e famosos. Além de renomado por todo o país e, me arrisco em dizer, que do mundo também. Essa era a graça de ter uma amiga crítica de restaurante, ela sabia quais eram os melhores para cada evento possível.

  Fechei o zíper da minha maleta de mãos e fui até a sala de Alfonso. Dei dois toques na porta e ouvi um "entra" lá de dentro.

  Assim que entrei pude vê-lo terminando de guardar as suas coisas. Eram altas, esbanjadoras e muito coloridas, fiquei muito atiça e curiosa para saber tudo o que ele tinha feito.

— Nunca acordei tão cedo assim. - Me espreguicei.

— Nem eu. - Ele guardava suas estruturas 3D.

— Se você me mostrar o seu, eu mostro o meu.

  Alfonso me encarou com um sorriso malicioso.

— Não leve para este lado Alfonso. Eu estou sugerindo mostrar os nossos projetos. - Coloquei a mão na cintura o encarando.

  Ele sorriu descontraído.

— Foi mal pela demora, meu pneu furou. - Mostrou as mãos e a blusa embaixo da sua social dava para ver umas manchas pretas - Tive que vir na correria para a empresa, finalizei só ontem uma das ideias.

— Mas por que veio de carro? Não era mais fácil chamar um carro por aplicativo?

  O encarei confusa.

  Ficaríamos quarenta e oito horas em Santa Mônica, ele deixaria mesmo o carro dele lá fora, sendo que a noite aqui se torna um lugar perigoso?

— Eu chamei. O pneu que furou foi o do motorista de aplicativo, ele parecia ter uns sessenta anos e mal conseguia se abaixar. Ele até chamou a seguradora para poder fazer essa troca, mas demoraria uns trinta a quarenta minutos e eu não o deixaria ali parado sozinho no meio da avenida e deixaria muito menos ele gastar seu suado dinheiro para pedir um novo motorista para me trazer até aqui.

— Caramba. Isso foi bem legal da sua parte.

— Eu viria correndo, se fosse necessário. - Colocou o resto das coisas em sua maleta - Vamos? Acho que é melhor racharmos a corrida, assim não corremos o risco de um chegar primeiro que o outro no aeroporto.

— Até nisso você coloca a competição? - O encarei, fingindo que estava brava.

— Não, longe disso. - Sorriu - Só não quero que o nosso cliente ache que somos competitivos ao ponto de não podermos trabalhar juntos. Vou passar no banheiro antes de ir. - Deu de ombro.

— Não demore, falso. - Sorri saindo da sala.

  Fomos o caminho inteiro calados, as coisas  - depois que Alfonso foi sincero consigo mesmo e comigo - haviam mudado, ele estava mais legal, parou de me provocar e também de ficar me chamando constantemente de Alabama. Às vezes sentia até falta.

  Mas não sei como seria hoje, percebi que ele não aturava Jayme - assim como eu não aturava a Dakota - e a algumas horas atrás eu recebi uma mensagem de Jayme avisando que ela iria com ele (ordens do CEO da empresa). Eu sabia que eles tinham o número um do outro e tenho certeza que conversavam constantemente, eu não sei como agiria em ver toda aquela interação. Principalmente quando ela começasse a quase esfregar aqueles peitos caídos dela na cara de Alfonso.

  Quando chegamos no aeroporto, a última chamada do nosso vôo foi anunciada.

— Me dá a sua mala. - Alfonso virou para mim com a mão estendida.

Brincando Com FogoWhere stories live. Discover now