Capítulo 16

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   A sala de Conferência da Califórnia era completamente diferente da do Alabama. O Alabama é um lugar quente, não fica com menos de 30° C pela noite, além de toda a cidade passar um ar de filme faroeste. As ruas são mais vazias e as pessoas tendem a andar mais a cavalo, mesmo que seja um calor infernal, tem muito vento, as vezes tendo até algumas tempestades de areia. Por conta disso, não poderíamos nos dar ao luxo de ter uma sala tão grande, já que desembolsaria muitos dólares para tal. Então ela era modesta.

  Tinha uma mesa central com várias cadeiras que, os chefões, achavam que a gente gostava, mas na realidade, era dura igual um pedaço de madeira, não tinha como ficar muito tempo sentada, já que dóia tudo do seu corpo. Além disso tinha um pequeno frigobar que se, nós empregados, não colocassem um refrigerante ou uma cervejinha, ficava apenas com água e olhe lá, pois já tivemos corte de gasto até de água e éramos obrigados a parar todos os dias em um Walmart para comprar fardos e mais fardos de água. Tinha um mini lavabo na parte lateral e era isso, simples, mas as vezes dava para fazemos pequenas reuniões, pequenas, já que a sala só comportava um ar-condicionado que estava com defeito e se ficasse um entra e sai na sala, ele não gelava. Não podíamos abrir a janela por conta das tempestades de areia, logo ficávamos iguais frangos assando em um forno, faltando apenas o tempero e os legumes.

  Já a da Califórnia era completamente diferente, era enorme, tinha janelas panorâmicas na qual dava para vê todo o funcionamento da cidade, pessoas passando de lá pra cá, buzinas de carros e pessoas saindo do Starbucks que ficava logo a frente. Tinha uma mesa enorme e com verdadeiras cadeiras acolchoadas que dava até para tirar uns cochilos nas horas vagas, se não fosse pelos puffs enormes que, tenho para mim, m caberiam cinco pessoas tranquilamente. Tinha uma geladeira da Coca-Cola recheada da mesma e de seus outros produtos, como sucos, cafés e até sorvetes. Ao lado tinha uma pequena estufa, na qual guardava sanduíches naturais e as vezes alguns bretzel. A parede do lado oposto da mesa de reuniões tinha uma parede preta que servia como quadro negro, sempre que entrava vía uma pessoa rabiscando-a enquanto coloca as ideias para fluir. E diferente do Alabama, aqui não sofria com calor, já que tinha dois ar-condicionados que funcionavam perfeitamente.

  Eu me sentia em casa novamente, não que não me sentisse no Alabama, longe disso, eu amo o Alabama. Mas é porque estou na minha cidade natal novamente, perto da minha família, perto da minha melhor amiga, eu não posso perder essa promoção e ir literalmente pro outro lado do mundo, eu perderia eles novamente. Por muito tempo me senti solitária, tentava ligar para os meus pais, mas sempre estávamos em sintonias diferentes, Lyna estava finalizando a faculdade, já que migrei para a do Alabama faltando apenas alguns meses para o término e diferente dela, não ingressei no mestrado. Eu não conseguia compreender porque logo um de nós tinha que ir, já que ambos tinham uma vida aqui, mas se for para ser alguém, que fosse ele.

  Estava guardando meus papéis no meu kit quando Alfonso entrou na sala com duas caixas de pizza.

— Para mim, pizza pede uma coca-cola suando. Deixa que eu pego.

  Me levantei e fui até a geladeira pegar duas latinhas de Coca-Cola, não pude deixar de pegar a minha preferia que era a que tinha mais cafeína.

— Você gosta dessa dai? - Apontou com a cabeça, quando eu estendi a latinha para ele.

— Eu amo, não consigo entender como existem pessoas que não gostam. - Sorri e fui sentar no meu lugar novamente.

— Realmente Alabama, você é estranhamente única. - Estendeu um prato de papel para mim e se sentou abrindo a caixa da pizza.

— Não sei se recebo isso como um elogio ou ofensa.

— Elogio, com toda certeza foi um elogio. - Respondeu rapidamente de boca cheia.

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